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Faleceu Armando Nogueira

Nascido no estado do Acre faleceu na manhã desta segunda-feira, no Rio de Janeiro, onde residia desde os 17 anos o jornalista Armando Nogueira, de 83 anos. Apesar de haver cursado direito, Armando Nogueira sempre quis trabalhar com o jornalismo.
Armando Nogueira, foi colunista do Diário LANCE!, e trabalhou por 25 anos na Rede Globo. Armando esteve presente na cobertura de todas as Copas do Mundo a partir de 1954, ele sofria de câncer desde 2007 ano que descobriu a doença.

Biografia de um "icone" do jornalismo esportivo brasileiro

Filho de imigrantes cearenses Armando Nogueira nasceu na cidade acreana de Xapuri mudou-se para o Rio de Janeiro com apenas 17 anos de idade.
Entrou para a Faculdade de Direito e conseguiu um emprego de ensacador, mas sua vocação era o jornalismo.

Entrou para o Diário Carioca em 1950, onde foi trabalhar na seção de esportes. Na época, esse jornal reunia, os mais expressivos nomes do jornalismo carioca,  como: Prudente de Moraes Neto, Carlos Castello Branco, Otto Lara Resende, Rubem Braga, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Pompeu de Souza, nesta verdadeira escola de jornalismo, Armando, permaneceu por 13 anos.
Tendo sido testemunha ocular do atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, na Rua Toneleros, em Copacabana. fez história no jornalismo brasileiro: Ao escrever sobre o espisódio: pela primeira vez numa reportagem um fato era narrado na primeira pessoa.
Além do Diário Carioca, colaborou também com o Diário da Noite. Depois de uma passagem pela revista Manchete, em 1957, foi para a revista O Cruzeiro, dos Diários Associados, propriedade de Assis Chateaubriand e, em 1959, para o Jornal do Brasil.
Armando foi pioneiro na televisão brasileira, ao trabalhar, a partir de 1959, na primeira produtora independente do país, dirigida por Fernando Barbosa Lima, onde escrevia textos para os locutores Cid Moreira e Heron Domingues lerem na antiga TV-Rio.
Convidado por Walter Clark, foi para a Rede Globo em 1966 onde implantou, com Alice Maria, o telejornalismo da emissora. Graças ao trabalho de Armando e Alice Maria, o telejornalismo, que antes era visto como uma coisa menor, passou a atrair o interesse dos profissionais e do público.
Nos 25 anos que passou na Globo foi responsável ainda pela implantação do jornalismo em rede nacional e pela criação dos noticiosos Jornal Nacional e Globo Repórter.
Mas sua paixão sempre foi o esporte, em especial o futebol. A partir de 1954, esteve presente na cobertura todas as Copas do Mundo e, desde 1980, de todos os Jogos Olímpicos.
No segundo turno das eleições presidenciais de 1989 mesmo com todos esses serviços prestados, envolveu-se em uma rumorosa polêmica, dentro da emissora. A globo havia promovido um debate entre os candidatos Fernando Collor de Melo e Luiz Inácio Lula da Silva. No compacto do evento, exibido no dia seguinte de sua transmissão dentro do Jornal Nacional, houve uma edição que favoreceu claramente o candidato Collor, que desde o início foi apoiado - direta ou indiretamente – pela Globo.
Na qualidade de diretor de jornalismo, Armando foi pessoalmente ao presidente das organizações Globo, Roberto Marinho e fez duras críticas à sua postura e a dos funcionários que realizaram aquela edição, dizendo que não compactuava com aquilo.Em virtude deste fato, acabou aposentado pela alta cúpula da organização e desligou-se da emissora definitivamente no ano seguinte. Passando , então, a se dedicar integralmente ao jornalismo esportivo.
Manteve uma coluna reproduzida em 62 jornais brasileiros, um programa na SporTV, um programa de rádio e um site na Internet. É também proprietário da Xapuri Produções, que faz vídeos institucionais para empresas, para as quais também profere palestras motivacionais. Escreveu dez livros, todos sobre esportes. Drama e Glória dos Bicampeões (em parceria com Araújo Neto)
Na Grande Área
Bola na Rede
O Homem e a Bola
Bola de Cristal
O Vôo das Gazelas
A Copa que Ninguém Viu e a que Não Queremos Lembrar (em parceria com Jô Soares e Roberto Muylaert)
O Canto dos Meus Amores
A Chama que não se Apaga
A Ginga e o Jogo.
Armando Nogueira era dono de um estilo original e elegante, diferente dos lugares comuns que proliferam na crônica esportiva. Pode-se dizer que fez escola, pois vários repórteres esportivos tentam imitá-lo.
Não raro, em suas publicações, Armando extravasava sua veia poética para demonstrar sua admiração pelo esporte e por seus ídolos. Algumas de suas inspiradas frases se tornaram antológicas.
Praticante de vôos em ultraleves, tendo sido fundador do clube carioca da modalidade. No futebol, foi torcedor apaixonado do Botafogo.
Algumas frases.
Sobre futebol e caráter:
O futebol não aprimora os caracteres do homem, mas sim os revela.
Sobre a vitória na Copa de 1970:
Choremos a alegria de uma campanha admirável em que o Brasil fez futebol de fantasia, fazendo amigos. Fazendo irmãos em todos os continentes.
Sobre Garrincha e sua habilidade para driblar:
 Para Garrincha, a superfície de um lenço era um latifundio.
"A bola em si, ela é um elemento fascinante, é um brinquedo sedutor, é um brinquedo mágico, que adiciona poesia e lirismo na sua relação com o homem."
"Ademir da Guia, tens o nome, o sobrenome e a bola do craque"
"Arthur Friedenreich jogava Futebol com o coração no peito do pé. Foi ele quem ensinou o caminho do gol à bola brasileira"
"Até a bola do jogo pedia autógrafo a Pelé."
"O Futebol não aprimora os caracteres do homem, mas sim os revela."
"O suor na pele do atleta são lágrimas que o corpo chora na alegria do esforço."
"Os momentos de violência, os momentos de brutalidade, são invariavelmente superados pelo gosto artístico de uma linda jogada."
Quando questionado sobre como encontrar beleza num esporte por vezes violento.
"Se Pelé não tivesse nascido homem, teria nascido bola"

O velório do ex-diretor da Central Globo de Jornalismo e comentarista esportivo Armando Nogueira, de 83 anos, será realizado na Tribuna de Honra do Estádio do Maracanã nesta segunda-feira, às 13h.
A informação é da secretária Estadual de Esporte do Rio, Márcia Lins.
O jornalista morreu por volta das 7h desta segunda-feira (29), em seu apartamento, na Lagoa, na Zona Sul do Rio, em consequência de um câncer. O velório do ex-diretor da Central Globo de Jornalismo e comentarista esportivo Armando Nogueira, de 83 anos, será realizado na Tribuna de Honra do Estádio do Maracanã nesta segunda-feira, às 13h.
A informação é da secretária Estadual de Esporte do Rio, Márcia Lins.
O enterro será na terça-feira (30), às 12h, no cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes anunciaram luto oficial de três dias pela morte “do grande jornalista Armando Nogueira, cujo texto se confunde com os melhores momentos do futebol brasileiro. Um acreano que, na juventude, veio morar no Rio de Janeiro e se transformou em um dos ícones do jornalismo do país”.
Fontes: Wilkipedia e Golbo Esporte.com

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