"Ética, integridade, responsabilidade, respeito às leis e direitos, trabalho diligente, esforço para economizar e investir, desejo de superação e pontualidade, estas são condições que enriquecem as nações, independente de a quantos anos elas possam existir." (Benê Lima)
Opinião I
BONS TÉCNICOS E ENGANADORES SE CONFUNDEM
No Brasil, ao contrário do que se pensa, são raros os ‘treinadores espetaculares’. Aliás, não entendo como apropriada a adjetivação. Afinal, treinador tem que viver de ação substantiva.
Se levarmos em conta a tese de que o treinador representa de 20 a 25% em grau de importância para o bom desempenho da equipe – isto nas equipes de maior qualidade -, imagino que em equipes de menor aptidão técnica, eles devem representar maior proporção, algo ao redor de 30 a 40%.
Se Luiz Müller não é nenhum Silas Pereira, este quando aqui esteve não era o Silas de hoje. E mais, Silas é um exemplo do discípulo que supera o mestre. Zetti, é bom que se diga, ficou para trás em relação a seu ex-auxiliar.
Aproveito a ocasião para, homeopaticamente, ir cuidando de certas mistificações. Pelo que sei, Ferdinando Teixeira não deve ser colocado no patamar de treinadores como Hélio dos Anjos, Givanildo Oliveira, Vagner Benazzi, Dorival Júnior, Paulo Bonamigo - isso para citar apenas alguns deles -, assim como o ‘lendário’ Caiçara foi uma grande ‘mentira’ como treinador. Que me perdoem os fazedores de história, por aqui eu estar recontando, pontualmente, a verdadeira história do futebol cearense.
Jorge Veras, a quem muito admiro pela brilhante carreira como atleta, é outro que não faz jus ao ‘lobby’ em torno de seu nome como treinador.
Na verdade, se todos conhecessem parâmetros confiáveis para a avaliação do trabalho destes profissionais, veríamos o quão despreparada é a maioria deles.
O número de ‘entregadores de camisas’ é muito maior do que supõe a ‘vã filosofia’ da maioria.
Falta a Luiz Müller autênticos aliados e verdadeiros colaboradores, coisa que ele não encontra em um ambiente de dirigentes apenas metidos a competentes, e de alguns falsos colaboradores.
Faltou dizer que, culturalmente, somos vítimas de um ‘atavismo’ servil. Não precisamos estar certos apenas por pensarmos igual aos outros.
Opinião II
INDAGAÇÃO INCOMPLETA
Pergunta um jornal de grande circulação no estado do Ceará, se o Alvinegro de Porangabussu já tem um time ideal, ao que me contraponho:
- Time ideal para qual competição?
A regra é que haja mais de uma formação ideal. E por que? Em razão das diferenças entre os adversários. O Ceará jogar contra o Limoeiro é uma coisa. Jogar contra o Guarany (S) é outra. E assim por diante.
Na verdade, o Ceará ainda está tentando chegar ao nível do time da Série B do ano passado, quando a equipe tinha sérias limitações ofensivas. Ainda não chegou. Logo, não pode ser o time ou mesmo o ataque ideal. Para o Cearense já dá para brigar pelo título, muito mais pela fragilidade dos concorrentes.
A equipe ainda se ressente de um lateral direito melhor que Boiadeiro, um lateral esquerdo ao nível ou melhor que Fábio Vidal, e um atacante que taticamente reproduza as funções do Mota.
Isso, repito, para nivelar-se à do ano passado.
Para a Série A, urgirá acréscimos obrigatórios.
Opinião III
DESFAZENDO FALSAS IDÉIAS
Quero lembrar que os clubes cearenses, em regra, não gastam com contratações. Gastam com salários, o que é diferente.
Pergunto:
1. Qual o zagueiro forjado na base do Fortaleza que tem ao menos o nível de um Turatto? Nenhum. E olha que o Turatto não é o que podemos chamar de bom zagueiro.
2. Qual o 1º volante da base, além do limitado Leandro, que serve ao Fortaleza?
3. Qual o 2º volante da base em condição de ser titular?
4. Qual o meia da base do Fortaleza que está no nível de Paulo Isidoro e do apenas regular Gaibú? Se há, por que não é titular?
5. Ninguém lembra que o Adailton era criticado pela torcida do Fortaleza?
6. Por que criticar os dirigentes que conseguem, a muito custo, negociar alguns atletas de qualidade apenas mediana da base do clube?
A omissão da torcida do Fortaleza tem sido algo extremamente nociva para as finanças do clube. Qual o problema em se falar isso?
Na atualidade, faltam ao Fortaleza bons dirigentes e projetos. Hoje o clube é refém dos sucessivos times que por lá se formam.
Se considerarmos a relação custo x benefício, Amaral foi a melhor venda que o Fortaleza já fez. Foi pouco futebol por muito dinheiro. Não emplacou em lugar algum.
O futebol precisa de menos ideologia e mais pragmatismo de quem o dirige.
Nossos clubes são viáveis, desde que seja reconhecido o contexto em que estão.
O mais é desvario de quem só sabe torcer.
BREVES E SEMIBREVES
Se eu acreditasse
na concepção de boa parte dos torcedores cearenses, no tocante à existência dos 'esquemas', não mais faria programa de rádio na área esportiva, uma vez que tudo é decidido antecipadamente.
Distorções
e tentativas de influenciar resultados, isto não descarto. Daí a crer que já está tudo "escrito nas estrelas", vai uma distância abissal. É certo que a dificuldade em desvendar a verdade nos aproxima do ficcional, mas não custa estabelecermos limite para nossa imaginação.
Secretário Ferruccio
é tão pouco enfronhado com a tradição da Copa do Mundo, que a chama de Copa da FIFA, numa alusão a 1970. Ô heresia! Que Ferruccio não apresente Jair Ventura Filho, o Jairzinho, que aqui estará proximamente, como o Furacão da Copa da FIFA, e sim como o Furacão da Copa do Mundo de 70.
Ironia!
Na mesma emissora em que Paulo Vagner é criticado irresponsavelmente, é elogiado pelo outro irmão. Jornalismo de ocasião??? Enquanto isso, o mesmo Paulo Vagner vocifera, embora em tom brando: "Talvez, nem Jesus salva a situação do Ferroviário". E eu já disse: essa diretoria do FAC é cheia de pose e... repressão.
O presidente
do Ferroviário, Ribamar Soares, deve ser mais um a renunciar. Bem diz o ditado: Falar é fácil, fazer é que são elas. Essa história me lembra uma outra desse mesmo Ferroviário, em que o protagonista era Clóvis Dias.
Sou contra
as prefeituras colocarem dinheiro em clubes de futebol. Contudo, no interior não há a condição de montar times sem essa ajuda. Por isso, pagar a 2ª parcela de um convênio só agora, não dá ao prefeito do Crato o direito de criticar a direção do clube daquele cidade. Enfim, a prefeitura cratense tem responsabilidade pela quebra do planejamento estratégico do clube. Compromisso é compromisso.
'Remake'
de como perder um tetracampeonato está em curso. Em débito com gratificações, o Fortaleza tem este desafio extracampo a vencer, sob pena de ver ameaçada, como já está, sua condição de buscar uma vaga na semifinal do 2º turno.
Grande Tostão
acha que alguns técnicos estão com inveja do time do Santos, onde o esquema tático é ultradinâmico e o talento é supervalorizado.
O futebol
é onde mais vezes o errado acaba dando certo, o que possibilita que os erros 'a priori' se mostrem como os falsos acertos pósteros.
Quando é fácil
explicar o explicável, não recorramos à incipiência da maioria da população para criarmos sofismas. Menos "viagem", pessoal! Ou não é uma baita responsabilidade atribuir ao garoto Misael poderes mágicos? Fiquemos com o imagético, e ensinemos ao povo a análise.
Benê Lima
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