Faleceu na manhã desta quarta feira 09, Gildo Fernandes de Oliveira vítima de uma parada cardiorrespiratória, em Fortaleza. O ex-atacante do Ceará Sporting Club, Gildo é o maior artilheiro da história do clube, com 261 gols marcados em 441 partidas pelo Vovô. Internado no Hospital Antônio Prudente desde o dia 4 de março, quando deu entrada com o diagnóstico de pancreatite e disfunção hepática, o ex-jogador foi vítima de uma parada cardiorrespiratória.
Gildo Fernandes de Oliveira nasceu em Recife, 12 de janeiro de 1940 , Gildo atuou no Ceará Sporting Club e no América de São José do Rio Preto. Mais é lembrado pela passagem no Ceará, Gildo é considerado o maior ídolo do futebol do Estado do Ceará, tendo sido campeão cearense pelo Ceará em1961, 1962, 1963, 1971 campeão do Torneio Norte-Nordeste em 1969, sendo o maior artilheiro da história desse clube cearense, com 246 gols .
Gildo era pernambucano e começou cedo, aos 16 anos, no Santa Cruz. Um ano depois, fez testes no Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, mas acabou retornando ao Tricolor do Recife. Sua trajetória no Ceará começaria em 1960. Gildo, o Pernambuquinho, como era chamado na sua época, veio por empréstimo, com o passe estipulado, com o preço lá embaixo por conta de supostos problemas de joelho. Gildo, literalmente, arrebentou no Ceará e os dirigentes alvinegros da época não pensaram nem duas vezes para comprar seu passe. Era o início de um período histórico para o Vovô, com a conquista do primeiro tricampeonato estadual. Gildo participou das três campanhas e em duas delas (1961 e 1963) foi artilheiro, com 15 e 16 gols, respectivamente. Em 1966, a convite do amigo Marco Aurélio, com quem jogara no Ceará, o Pernambuquinho foi para o América, de São José do Rio Preto, interior paulista. Fez boas campanhas e chegou a ser cotado para o Corinthians, mas sua contratação pelo gigante paulista não chegou a se concretizar, devido a uma grave contusão no joelho direito do atleta. “Ganhei no futebol o razoável para sobreviver”, costuma dizer. Do América paulista, Gildo voltou para o Ceará, ainda na década de 60, quando conquistou a mais taça importante, a do Norte/Nordeste de 1969 foi campeão do Norte-Nordeste numa final contra o Clube do Remo, do Pará, novamente decidida em três jogos. No Segundo jogo dessa final, o Ceará precisava da vitória, para forçar um terceiro jogo, a partida estava empatada em 2x2, até que no final do segundo tempo Gildo acerta uma bela cabeçada no canto superior direito, Gildo não conseguiu terminar a partida, pois após o gol passou o mal e foi levado para o hospital. Com Gildo o Ceará ainda foi e o terceiro lugar na Taça Brasil de 1964, quando foi artilheiro do torneio ao lado de Pelé, com sete gols
Em 1971, seria campeão cearense mais uma vez. Nesse ano é antológico o seu gol, nas finais contra o Fortaleza: o goleiro Cícero Capacete cobrou o tiro de meta e, de cabeça, Gildo escorou para o gol, da intermediária! Não viu o gol, pois caiu com o choque com a bola, mas entrava, de vez, para a história. Nesse último ano, já perto do final da carreira, não renovou contrato com o clube do coração. Ingratidão? Gildo, que acabou indo para o Calouros do Ar Futebol Clube (onde jogou duas temporadas e encerrou sua carreira aos 33 anos), não gosta de falar muito no assunto e sequer revela o nome do dirigente que o relegou. Prefere o reconhecimento da torcida. A mágoa ficou. Tanto é que Gildo, mesmo morando próximo ao Estádio Presidente Vargas, que lhe consagrou, passou 22 anos sem ir a um campo de futebol. Em 1972, defendendo o Calouros, enfrentou o Alvinegro e foi ovacionado toda vez que tocava na bola. “Aquilo foi uma honra para mim”, recorda. Em 2001 ele voltou ao Ceará, cumprindo um juramento: o de só voltar ao clube no qual é ídolo maior se fosse para trabalhar. “Estou no lugar de onde nunca deveria ter saído”, concluiu. Coisas da vida...
A diretoria do Alvinegro de Porangabuçu cogita aposentar à camisa imortalizada pelo ídolo Gildo, a dedicação de Gildo enquanto atleta alvinegro sua garra nas lutas em busca de titulos para o Ceará certamente é um motivo mais do que suficiente para tirar a camisa de circulação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário