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COM PÉ E CABEÇA – ANO V – Nº172 ®

COM PÉ E CABEÇA – ANO V – Nº172 ®
”Desde o Botafogo de Garrincha havia planejamento tático, exceto para ele; mas, para o restante do time havia sim.” (Benê Lima)
Opinião
PLANEJAMENTO TÁTICO: CONDIÇÃO SEM A QUAL NÃO HÁ ORGANIZAÇÃO
Há os que, por ignorância sobre o tema, negam a importância do óbvio, como se isso os fizesse menos incompetentes
Saber servir-se das figuras geométricas ajuda sobremaneira no entendimento de parte da dinâmica da movimentação tática dos atletas de uma equipe de futebol. Nenhuma outra concepção que não a geométrica auxilia tanto para a compreensão de qualquer modelo tático. Tanto para quem aplica quanto pra quem assimila.
Pra quem não sabe, qualquer concepção básica de tática aplicada ao campo de jogo, preliminarmente concebe o quadrilátero em dois tipos de divisão. Uma linha divisória longitudinal aos fundos do campo, paralela às linhas laterais, dividindo-o ao meio; outras duas linhas paralelas aos fundos, dividindo o campo em três setores: o defensivo, o de meio-campo e o de ataque. Uma das razões para isto é a necessidade de definir posicionamentos e funções de acordo com o planejamento tático da equipe.
Outro fator decisivo para aplicação da esquematização tática é a criação de movimentos lógicos, conseqüentes e harmônicos entre setores e subsetores da equipe. Aqui vale ressaltar a importância de deslocamentos sincronizados e inspirados em figuras geométricas, com destaque para os triângulos, quadrados e até pentágonos. É evidente que quanto mais complexa a figura, mais difícil sua organização ativa.
Neste ponto é bom que esclareçamos que não adianta buscar paralelo para a presente exposição em nenhum lugar, já que ela foi desenvolvida didaticamente e originalmente a partir de nossa própria experiência pessoal. Portanto, trata-se de uma visão transdisciplinar, que visa a traduzir de maneira simples e ao alcance de todas as pessoas, o aspecto interdisciplinar das experiências prática e teórica que envolve o tema em questão.
Atleta não corre nem deve correr a esmo. Por trás de uma corrida deve haver um planejamento organizacional, um planejamento tático-estratégico, a busca pela ocupação racional dos espaços, seja na transição defensiva, seja na ofensiva. De outra parte, essa otimização do aproveitamento dos espaços oferece maior dinâmica nas construções ofensivas e defensivas, pelas opções de toque de bola que propicia.
Aqui vale ressaltar a importância de equipes com poucos recursos técnicos não se deixarem engessar pela fidelidade a um único esquema tático. É exatamente na escassez da técnica que a tática assume maior relevância.
Sem dúvida esse é um tema que parece sempre recorrente, mas é preciso ser encarado com a devida seriedade, a ele se dando o real e devido prestígio. Logo, quando você ouvir alguém declarando que tática é coisa sem importância, desconfie do conhecimento do declarante.
EFEMÉRIDES
Atropelo anunciado
Pela ótica do Ceará, novidade seria o time não conseguir se impor ante o Quixadá. Afinal, a característica e a aptidão para não deixar jogar é o ponto chave da filosofia de seu técnico, PC Gusmão. E isso é condição elementar a ser buscada em qualquer equipe que se queira competitiva.
No entanto, assistimos a manifestação de um aparente “paradoxo alvinegro”, que no fundo teve sua duração motivada pela fragilidade defensiva do Quixinha. Ou seja, à medida que o Ceará foi se desvencilhando da proposta de jogo exageradamente defensiva, calcada numa ferrenha marcação, o futebol ofensivo da equipe passou a fluir com maior desenvoltura, e as oportunidades de gol apareceram em quase profusão.
Com o futebol chinfrim de Rômulo, Wellington Amorim e Misael (pra ficarmos só nos três), além da falta de aptidão de Ernandes para a feitura de gols, não foi difícil a Dinei, secundado por Ronne Dias, roubarem a cena para virarem protagonistas de um ataque antes em desafino.
Dinei disse a que veio. Demonstrou conhecer a posição e ser homem de referência. Se bem que contou com o beneplácito de um Nemézio varziano, e de um meio-campo que pouco marca. Aliás, Wolney Dias que se cuide, pois não é por acaso que seu time tem a defesa mais vazada.
Gato não segura Leão
Enquanto teve pernas, o Fortaleza foi superior ao Boa Viagem, que ao lado de Limoeiro, Maranguape e Quixadá são sérios candidatos ao rebaixamento. Mas o problema é que um time sem pernas também corre grave risco de, mesmo estando em vantagem no marcador, ver esse benefício esvair-se.
Tem sido notória a queda de rendimento do time do Pici no segundo tempo das partidas, razão pela qual o preparador físico Vladimir de Jesus tem sido “homenageado” com freqüência pela Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF).
Tomar sufoco do ora lanterna ora vice-lanterna da competição dentro do Alcides Santos, decididamente não fica bem para um time do porte do Tricolor de Aço. Porém, não é só a questão do status da equipe nem do histórico das partidas, mas o grau de confiabilidade que a equipe precisa alcançar para que a consideremos relativamente estável.
O time tricolor é mediano em seu meio-campo ofensivo e em seu ataque, mas é sofrível em sua dupla de zaga, seus laterais e seu meio-campo defensivo. Dentro das atuais circunstâncias, só a superação pelo aumento do desempenho individual poderá acrescentar algo ao coletivo. Ainda assim, a desconfiança do torcedor para com a equipe que aí está é quase atávica.
Contra o Itapipoca, portanto, é hora de que um tabu seja quebrado, pois só a vitória leonina o deixará a salvo da dependência de outros resultados para chegar à semifinal do 1º turno do Cearense/2010.
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Benê Lima,
radialista (apresentador, âncora, comentarista)
(85) 8898-5106 / 30.88.6383

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