Nojosa observando o treino |
Fundado em 12\10 \1988 a 22 anos, portanto, sob o comando do desportista Francisco Coelho de Nojosa, o Clube Atlético Cearense sediado na periferia de Fortaleza, mais precisamente no Conjunto Ceará, é mais um dos clubes amadores a disputar campeonatos de base promovidos pela Federação Cearense de Futebol.
O Clube Atlético Cearense é mais um time que sobrevive às diversas intempéries que a falta de ajuda financeira e o descaso, em relação ao futebol amador podem causar.
Sem campo, sem ajuda financeira “Nojosa” vai carregando sozinho o fardo, ou melhor, como ele mesmo diz “essa é a minha cachaça” o seu vício que é o “Atlético” como é conhecido o clube.
“Jonathan aquele mesmo do Flamengo. Índio Vitoria da Bahia, Sandro, Paraná e outros mais, são tantos que eu nem me lembro”. Com uma ponta de vaidade estampada no rosto, Nojosa vai enumerando e citando o nome dos craques, hoje consagrados que já vestiram a camisa verde e branca do Clube Atlético Cearense, e continua.
“Aqui é assim, tudo sai do meu bolso, eu não tenho nem nunca tive ajuda de ninguém, agora é que apareceram uns amigos e nos trouxeram umas bolas, material de treino e de jogo, enfim foi muito bom, chegou na hora certa”.
Indagado sobre negociações de jovens valores do “Atlético” Nojosa responde. “O jogador mais caro que eu vendi aqui foi mil reais, este ano teve um que eu vendi... Foi trezentos reais e cinco bolas, só recebi o dinheiro, as bolas ainda estou esperando. Esse ano também perdi o Canga atacante nosso artilheiro no ano passado, hoje no Fortaleza, para um empresário, não recebi um real pelo garoto. Este mês negociei o Murilo, com o Ceará, ambos com certeza vão disputar a Copa São Paulo deste ano por seus novos clubes.
Dá uma olhada no treino físico comandado pelo auxiliar Bento e prossegue: “Eu gostaria que o poder publico viesse aqui ver as condições que agente treina, é tudo muito difícil, mas mesmo assim, o Atlético continua revelando jogadores para o futebol cearense. Esse ano nosso time “ta” muito bom, eu acredito que vamos brigar pelo titulo do sub 16. Se nós tivéssemos um campo e apoio financeiro... certamente teríamos mais revelação de valores e em breve realizaríamos nosso sonho maior que é ver o Clube Atlético Cearense profissionalizado”.
Entre os garotos, dando ordens e ensinando “coisas do futebol”, Nojosa esquece seus 64 anos e parece voltar aos velhos tempos, quando atuava de “ponteiro esquerdo” , nos clubes suburbanos de Fortaleza. “Isso faz tempo, mais... Dizem que eu jogava direitinho.
Nos despedimos do velho- jovem, ou será do jovem – velho, benemérito maior do “Atlético do Conjunto Ceará” que sorrindo repete: “Essa é minha cachaça” e fica a beira do campo, olhando o treino dos seus meninos e quem sabe, sonhando com o Clube Atlético Cearense em alto estilo, disputando grandes competições profissionais.
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