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Futebol piauiense vive crise sem precedentes


O futebol piauiense está rachado. Os clubes que formam a elite estadual se dividiram, e a maioria (11 de um total de 17) postula criar nova entidade: a Federação Piauiense de Futebol (FPF). 

Porém, de acordo com um decreto criado em 1941, cada Estado só pode ter uma federação por modalidade. Para desfiliar a atual e oficializar a nova, Franklin Kalume, líder da FPF, esteve no Rio de Janeiro e entregou uma documentação à CBF com as razões para isso. O cartola demonstra confiança: 

– Só não desfilia se não quiser. O material entregue é suficiente. Infringiram a Lei Pelé e a CBF. 

O racha se deu após a eleição para presidente da atual federação, a FFP, no início do mês. Proibidos de votar por não estarem em dia com a entidade, os clubes resolveram romper e criar a nova entidade. No entanto, o episódio foi apenas a gota d'água na relação tumultuada entre as duas partes. 

Se por um lado Kalume está confiante, do outro Cesarino Oliveira, eleito o novo presidente da Federação de Futebol do Piauí, não tem dúvidas de que o adversário não conseguirá a aprovação da CBF. 

– Vamos completar 70 anos de existência e fizemos tudo dentro da lei. Não acreditamos que a CBF vai dar o reconhecimento a essa situação – explica Cesarino, que assume a presidência pela segunda vez. 

Dos 11 dissidentes, somente o Caiçara votou. River, Picos, 7 Cidade, Tiradentes, Krac, Fluminense do Piauí, Parnayba, Oeiras, Princesa do Sul e 4 de Julho, não votaram. 

A decisão da CBF deve sair até o fim da próxima semana. Resta aos piauienses aguardarem para saber o rumo do futebol em 2012. 

Franklin Kalume, líder do grupo dissidente, disse. “Já temos CNPJ e todos os documentos foram entregues à CBF. Se o pedido não for aceito, os clubes têm de se posicionar. Mas não acredito nessa possibilidade. A atual federação tomou atitudes contrárias à CBF, eles nomearam uma pessoa para conduzir o pleito e ela foi impedida de fazer isso. Não tem como acreditar que agora essa federação vai fazer algo diferente, uma vez que já mostrou que não conduz as coisas de forma legal”. 

Cesarino Oliveira, aclamado presidente da Federação de Futebol do Piauí, também se pronunciou dizendo. “Eles estão dizendo que está tudo pronto só porque o antigo presidente Lula Ferreira, que apoia o Kalume, tem prestígio com o Ricardo Teixeira. Para criar uma federação há um trâmite que leva de 15 a 20 dias. Faremos o que pode ser feito, é um direito nosso. Se for aceito, abrirá margem para outros descontentes. O Clube dos 13 não conseguiu virar uma federação, se um grupo daqui do Piauí conseguir o país vai virar um caos”. 

RESUMO... 

A Federação Piauiense de Futebol (FPF) não tem legitimidade para existir, pelo menos não enquanto a Federação de Futebol do Piauí (FFP) tiver essa legalidade. Isto porque, há uma lei, criada ainda no governo Getúlio Vargas, que estabelece apenas uma federação por estado. 

A confusão entre as entidades que tem como tarefa regular o futebol piauiense teve início no dia da eleição para novo presidente da FFP, na última sexta-feira (04), quando onze clubes, insatisfeitos com o modo como estava sendo realizada a eleição, resolveram criar uma nova entidade, denominada de Federação Piauiense de Futebol (FPF). 

Ainda na sexta-feira, foi escolhida a diretoria da nova federação, que tem como presidente o empresário Franklin Kalume. Ele foi adversário de Cesarino Oliveira na eleição da FFP, mas, com a desfiliação dos onze times, Cesarino foi eleito e Franklin colocado no cargo mais alto da nova federação. 

E o impasse continua. Mesmo existindo a lei que impede duas federações em um só estado, a FPF espera o reconhecimento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e, como afirma seu presidente, "já existe". 

O que ainda pode estar no encalço da FPF é que, nem mesmo a CBF pode ter o poder de dar esse reconhecimento, como explica Deusdeth Nunes, o Garrincha. “A CBF não tem esse poder, porque há essa lei. No caso, ela iria contra uma lei. Uma nova federação só poderia existir se a atual fosse extinta”, explica o jornalista. Ainda conforme a lei, somente os clubes que fundaram a FFP têm o poder de extingui-la. Questionado se há essa possibilidade, Garrincha afirmou que não. “No meu ponto de vista não há como, há os clubes filiados que a fundaram, além disso, a FFP existe há muito tempo, tem o prédio, tem a localização, seria difícil extingui-la”, acrescenta. 

Já o presidente da FPF, Kalume, tem convicção da possibilidade do reconhecimento da FPF. Segundo ele, a ideia não é que a Federação de Futebol do Piauí deixe de existir e que o Estado tenha duas federações, mas que somente uma seja filiada a CBF. “Na realidade a lei diz que só pode ter uma federação reconhecida e o Piauí vai continuar só com uma federação. O que a gente quer é que a FPF passe a ser essa federação reconhecida e filiada a CBF”, esclarece Kalume. 

Para tanto, o empresário e toda a cúpula da FPF já encaminhou para a CBF argumentos que explicam os motivos da criação de uma nova federação e que pedem a desfiliação da FFP, que completa 70 anos no dia 20 de novembro. “Encaminhamos essa documentação e queremos que a CBF reconheça a nossa federação, dando legalidade a ela e desfilando a outra. Para isso temos argumentos”, acrescenta. Que argumentos? Em resposta, Franklin disse apenas que são “suficientemente fortes para que a CBF tenha uma posição favorável à FPF”. “São fortes, muito fortes”, ressalta. 

Outro lado 

Aclamado presidente da Federação de Futebol do Piauí em polêmica eleição realizada na última sexta-feira, Cesarino Oliveira afirma que sua gestão à frente da FFP é válida e que a criação de uma nova entidade para gerir o esporte no Estado não deve ser reconhecida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). 

“Está tudo regularizado, não há nada de errado, a eleição foi totalmente legítima. A FFP está preste há completar 70 anos, é uma entidade consolidada e reconhecida. O pessoal que ficou descontente com o pleito tem falado em criar uma nova federação, mas essa possibilidade não existe já que apenas uma [federação] pode representar o Piauí”, disse Cesarino Oliveira. 

Ainda segundo o novo presidente, a FFP é por lei a única entidade representativa do esporte no estado do Piauí e que uma nova federação só poderia ser criada caso a mais antiga deixasse de existir. 

“Um decreto presidencial de abril de 1941, que trata da criação das confederações e federações esportivas no país determina que cada estado só pode possuir uma federação que represente cada modalidade. Para essa nova federação ter validade era preciso se extinguir a FFP e o estatuto dela prevê que a extinção pode ser feita apenas através de consentimento dos clubes fundadores”, explicou Cesarino. 

Representação. 

Diante da confusão que envolve a direção do futebol piauiense, times já foram até prejudicados. O Flamengo, por exemplo, tornou-se campeão do Campeonato Piauiense Sub-18, devido o Fluminense, mesmo tendo ganhado o primeiro jogo da fase final, estar entre os onze times que se desfilaram da FFP, que organizou o campeonato. E o impasse parece não ter data para terminar. Isto porque, segundo Kalume, a CBF não tem prazo para dar o veredicto. “Não há prazos, ela tem que analisar nossos argumentos com cautela”, finaliza.

Fonte/ Fotos:Tribuna de Barras

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