A equipe nipônica disputará às duas primeiras partidas do Grupo A na cidade, com a qual diversas jogadoras do elenco guardam uma relação especial. A meia-atacante Ayu Nakada estudou em Miyagi no ensino médio, e agora está ansiosa para se apresentar diante de amigos e conhecidos. "Estudei três anos em Miyagi", contou ela ao FIFA.com. "Conheço muita gente na cidade, então estou empolgada para jogar lá.”.
A atleta do Leonessa de Kobe estava no dormitório da escola quando aconteceu o abalo sísmico, no dia 11 de março de 2011. "Não tivemos nenhum dano com o tsunami, mas o dormitório balançou muito com o terremoto", conta. "Foi terrível."
Além de se dedicar à preparação para o torneio, Nakada vem se reunindo com torcedores e oferecendo apoio às pessoas que ainda se recuperam da catástrofe. Enquanto a chuva caía após um treino recente, ela e outras jogadoras da seleção japonesa distribuíam autógrafos e posavam para fotografias com o público.
O slogan do torneio, que em tradução livre significa "movidos a esperança", traz muitas recordações para Nakada, que sente a responsabilidade de fazer com que as atuações do país dentro de campo possam levar inspiração para a região de Tohoku, e para o Japão como um todo, durante o processo de reconstrução. "Jogo no ataque, então quero estar na linha de frente", diz ela. "Espero poder mostrar algo especial a todos os torcedores nas nossas partidas. Tomara que tenhamos um grande número de pessoas no estádio."
Contagem regressiva
As expectativas também são grandes entre os moradores de Miyagi. “Estou ansiosa", diz Mai Nasuno, de oito anos, depois de assistir ao treino da equipe sub-20 japonesa na cidade de Rifu, próxima ao Estádio Miyagi. Perguntada quanto às suas jogadoras preferidas, Nasuno cita Homare Sawa, Aya Miyama e Nahomi Kawasumi, as três estrelas do selecionado nipônico que conquistou a Copa do Mundo Feminina da FIFA 2011 e a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres há poucos dias. Nasuno começou a jogar futebol no ano passado, mas já sonha alto. "Quero jogar pela seleção do Japão", conta.
Ando, de 12 anos, também espera que o sucesso recente da seleção japonesa inspire a equipe mais jovem. "O Japão ganhou a prata na Olimpíada de Londres, e acho que o futebol feminino japonês está melhorando muito", diz a menina, que pratica o esporte há três anos. "A seleção japonesa me provou que, quando um time se movimenta como uma unidade, pode se tornar uma poderosa força ofensiva. Espero aprender algo parecido com a seleção sub-20."
Nascida e criada em Rifu, Erina Suzuki, de 24 anos, joga futebol desde criança. Ela atuou pelo Takahashi Kibi International University, time da atacante Asuka Nishikawa, que defenderá o Japão no Mundial Sub-20, e atualmente trabalha no Fukushima United, clube amador da cidade mais arrasada pelo terremoto. Suzuki diz estar muito contente pelo fato de que o Japão iniciará a busca pela consagração na categoria em Miyagi. "A seleção sub-20 disputou um amistoso em Fukushima no dia 13 de agosto, e a cidade estava simplesmente um agito", comenta. "Tenho certeza de que o sucesso da seleção principal contribuiu para isso. Miyagi e a região de Tohoku nunca sediaram um evento internacional de futebol feminino, então estou feliz que o torneio sub-20 será disputado na minha cidade natal."
Em Sendai, a maior cidade da região, as expectativas também são altas. Yoshinari Iwabuchi, proprietário do Café Barbe, está contando os dias para o começo da competição, mas se diz desapontado pelo fato de a xará Mana Iwabuchi, uma das principais goleadoras do Japão, não ter sido convocada para poder se recuperar completamente da cirurgia a que foi submetida antes dos Jogos Olímpicos. "É uma pena que ela não vai jogar", diz o empresário de 33 anos.
Para ele, no entanto, a festa do futebol será um êxito em vários sentidos. "Depois do desastre do ano passado, trabalhamos sem parar preparando refeições para as pessoas daqui, embora mal tivéssemos energia elétrica", lembra Iwabuchi. "Preparávamos a maior quantidade de arroz e sanduíches que podíamos. Mas a área está começando a se reerguer aos poucos. O bar fica lotado nos dias em que temos partidas de futebol aqui. É emocionante que um grande torneio da FIFA seja realizado em Miyagi. Adoraria ver os jogos no estádio, mas se não puder, acompanharei as garotas da seleção sub-20 pela TV com todo mundo. Vou torcer muito por elas!"
Jogos de abertura
Japão 4x1 México – Miyagi
A torcida japonesa não poderia esperar por um melhor começo na Copa do Mundo Feminina Sub-20 da FIFA. Jogando em casa, diante de boa torcida em Miyagi, as meninas não decepcionaram e mostraram que vão brigar com força pelo título ao golear sem piedade o México por 4 a 1. Com o resultado, o país terminou em primeiro lugar no Grupo A, à frente da Nova Zelândia – que derrotou a Suíça – pelo saldo de gols.Depois da festa com a cerimônia de abertura, foi a vez do show das Nadeshiko dentro de campo. E elas nem precisaram esperar muito para começar a desenhar a goleada. O chute na trave de Naomoto foi um aperitivo, mas Hanae Shibata fez 1 a 0 ao recuperar uma bola perto da área e disparar um lindo chute, sem chances para a goleira.
O placar não refletia a grande superioridade japonesa, mas ela enfim se confirmou no segundo tempo. Em outro bom chute, desta vez Naomoto marcou, aumentando a vantagem aos 11 do segundo tempo. O terceiro viria em outra bomba, de fora da área, com Kumi Yokoyama, que fintou e acertou o ângulo para fazer 3 a 0. Antes do fim, o pênalti convertido por Yoko Tanaka transformou o placar em goleada, enquanto Sofia Huerta ainda diminuiu no fim para as mexicanas, já entregues.
Nova Zelândia 2x1 Suíça - Miyagi,
O futebol feminino da Nova Zelândia está em estado de graça. Depois da classificação da equipe principal para a segunda fase do Torneio Olímpico de Londres 2012, foi a vez de a equipe sub-20 surpreender. Na estreia da Copa do Mundo Feminina Sub-20 da FIFA, a equipe derrotou a Suíça por 2 a 1, com gols de Evie Millynn e Rosie White. Eseosa Aigbogun descontou no fim. Em contrapartida, para a Suíça a derrota foi nada menos que a sétima em igual número de jogos em Mundiais da categorua. A equipe segue sem marcar o menor ponto em sua terceira participação no torneio e vai ter de correr atrás na próxima rodada contra o México. Já a Nova Zelândia encara as donas da casa, podendo até garantir a classificação.
O jogo foi todo das neozelandesas, que assustaram desde o início com Olivia Chance e Rebecca Borrows, enquanto as suíças pouco chegavam. Com as chances se acumulando, o gol aos 39 minutos foi merecido, com Millynn completando bem o lance iniciado por Chance.
Depois de um primeiro tempo apagado, Rosie White enfim apareceu no segundo, mostrando por que é a líder da equipe neozelandesa. Também contando com a ajuda da goleira Pascale Kueffer, ela marcou o segundo após disparar um potente chute de longa distância. O segundo gol praticamente definiu a partida. Impotentes, as suíças ainda foram para o ataque de forma desorganizada e marcaram o de honra, com a reserva Aigbogun, já nos descontos.
Brasil 1x1 Itália - Saitama
Foi dramático e no sufoco, mas o Brasil conseguiu um precioso empate com a Itália em sua estreia na Copa do Mundo Feminina Sub-20 da FIFA. No jogo que abriu a competição em Saitama, no Japão, as europeias surpreenderam com uma marcação dura e um belo gol de Elena Linari no primeiro tempo, mas Amanda – com direito a chapéu na zagueira – fez um lindo gol de voleio para empatar em 1 a 1 já nos acréscimos. O Brasil, que jogou com um a mais a partir da metade do segundo tempo, após a expulsão de Federica Di Criscito, conseguiu apenas um ponto e vai em busca da primeira vitória contra a Nigéria, atual vice-campeã mundial da categoria, na próxima quarta-feira. Já a Itália, que saiu de certa forma decepcionada pelo empate tardio, encara a Coreia do Sul. Início lento, fim nervoso
O forte calor em Saitama certamente pesou, mas talvez tenha sido mesmo o fator “estreia” que fez com que a partida começasse devagar, muito brigada no meio de campo e com um alto número de faltas. O Brasil tomou a iniciativa e assustou com a lateral Giovanna Oliveira em uma bela cobrança de falta, mas foi só.
As duas equipes pouco criavam e se mostravam nervosas, o que dava certa vantagem para as italianas e sua defesa bem postada. Com muitos erros de passe na frente, o Brasil deu espaço, e as rivais foram chegando, até conseguirem o gol: em cobrança de falta aos 38 minutos, a zagueira Elena Linari disparou uma bomba no ângulo, sem chances para Daniele.
O volume ofensivo brasileiro não agradava, e o técnico Caio Couto mudou no intervalo, colocando Gláucia e Luana nos lugares de Giovanna e Maria. As substituições surtiram efeito, e o Brasil chegou com perigo nos primeiros minutos, em duas ocasiões com Ketlen – na mais perigosa, a número 7 driblou duas italianas pela direita, entrou pelo meio da área, mas chutou fraco. Já Thaisinha, até então apagada, teve sua chance também pela direita, em chute cruzado que assustou Giuliani.
O Brasil seguia com mais posse, mas não conseguiu aproveitar nem mesmo quando a Itália ficou com dez em campo, aos 29, após Di Criscito levar dois amarelos consecutivos. O fim foi, então, intenso. O Brasil foi com tudo para o ataque, mas quase levou gols em contra-ataques com Claudia Mauri e Michela Ledri.
No ataque, Giovanna Oliveira acertou o travessão em belo chute, Beatriz disparou de longe, mas foi mesmo Amanda – então na lateral após a saída de Andressa – que desequilibrou: já nos acréscimos, ela recebeu pela esquerda, matou no peito e deu um chapéu na lateral. Com categoria – e sem deixar a bola cair –, ela emendou um lindo chute por cobertura, com Giuliani só vendo as bolas na rede. Empate suado e merecido, mas não sem uma boa dose de sofrimento.
Nigéria 2 x 0 Coreia do Sul - Saitama,
Com uma atuação bastante sólida, a Nigéria começou com tudo sua participação na Copa do Mundo Feminina Sub-20 e mostrou que deve dar muito trabalho ao Brasil na segunda rodada do Grupo B. Com total controle da partida, as atuais vice-campeões mundiais da categoria não deram chances para a Coreia do Sul e venceram por 2 a 0, com gols de Ngozi Okobi e Desire Oparanozie. Com a vitória, a Nigéria passou a liderar o Grupo B com três pontos, dois a mais que o Brasil, que apenas empatou com a Itália mais cedo, também em Saitama. Desta forma, as africanas podem até assegurar classificação se voltarem a vencer. Para as brasileiras, será um duelo importante, que pode dizer muito sobre o futuro na competição.
Apesar do placar final, foi a Coreia que teve a primeira boa chance, com Yeo Minji – artilheira e Bola de Ouro adidas do último Mundial Sub-17 da FIFA –, que teve seu chute defendido pela goleira; na sobra Choe Yuri tentou, mas chutou para fora. Foi a deixa para que as africanas chegassem com perigo e marcassem o primeiro gol. Okobi roubou a bola na intermediária e passou para Ordega, que driblou a zagueira e cruzou rasteiro, novamente para Okobi marcar, sozinha na frente do gol.
Com uma torcida barulhenta e empurrando bastante, as nigerianas voltaram para o segundo tempo animadas – ainda mais depois da saída por lesão da estrela sul-coreana Yeo Minji. Com boas movimentações e série de passes inteligentes, as africanas envolveram as rivais e chegaram ao segundo gol após cobrança de falta pela direita. Após cruzamento, Oparanazoie subiu mais alto e completou para o gol de cabeça. No final, a festa foi grande com a torcida, em prova que, desta vez, as nigerianas entram, sim, para buscar o título.
GRUPOS
| Equipe | J | V | E | D | GF | GC | Pts |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Nova Zelândia | 1 | 1 | 0 | 0 | 2 | 1 | 3 |
| Japão | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
| México | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
| Suíça | 1 | 0 | 0 | 1 | 1 | 2 | 0 |
| Equipe | J | V | E | D | GF | GC | Pts |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Nigéria | 1 | 1 | 0 | 0 | 2 | 0 | 3 |
| Itália | 1 | 0 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 |
| Brasil | 1 | 0 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 |
| Coreia do Sul | 1 | 0 | 0 | 1 | 0 | 2 | 0 |
| Equipe | J | V | E | D | GF | GC | Pts |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Coreia do Norte | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
| Noruega | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
| Argentina | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
| Canadá | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Fonte : FIFA
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