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Falta de estrutura do futebol feminino foi a causa da eliminação precoce

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Caminhada do primeiro título do Mundial começa contra a Austrália
Antes do inicio da Vi Copa do mundo de Futebol Feminino na Alemanha  o semblante da “grande “ Marta era de euforia  a sensação era de alguém angustiada, com estresse e uma tremenda sede de conquistas pela Seleção Brasileira. "Todos só querem saber dela e isso às vezes a incomoda um pouco", identificou um membro da comissão técnica antes da estreia.Porém após a eliminação da seleção brasileira pela equipe americana,Marta que deixou Dresden, desta vez com o semblante diferente desta vez a angustia demonstrava  impotência.
O treinador brasileiro  Kleiton Lima definiu Marta como "com poucas responsabilidades táticas", foi sempre o desafogo da Seleção durante a Copa. Apagada na estreia e fantástica no segundo jogo, contra a Noruega, ela verdadeiramente desarticulou Guiné Equatorial com dois lances. "Quando ela corre, só um homem pode alcançar", chegou a dizer Marcello Frigério, o brasileiro que treina a seleção da  Guiné.
Figurinha mais cobiçada por milhares de alemães que compraram o álbum da Copa feminina, Marta foi verdadeiramente ela também na hora H. No momento de tensão pelo placar adverso, chapelou duas americanas e arrancou um pênalti e um cartão vermelho. Tudo com dois toques na bola. Ao ver Cristiane desperdiçar a cobrança que foi anulada, pediu a bola e empatou. Na prorrogação, com um toque mágico de canhota que deixaria Romário com inveja, deu a vantagem no placar. Marta só não podia ir à defesa subir de cabeça com a grandalhona Abby Wambach, a artífice do empate ao apagar das luzes.
A eliminada Marta que deixava o Glücksgas Stadion, em Dresden, era o semblante da sensação de impotência. Por mais que fizesse, e fez novamente, não poderia mais uma vez ganhar um grande título coletivo com a Seleção. "Saímos daqui com a sensação do dever cumprido", alegou a caminho do ônibus na saída do estádio. Ali, centenas e centenas de torcedores foram recepcioná-la e aplaudi-la junto das demais atletas do Brasil.
Quanto contraste. Afinal, ela fora vaiada por todo o estádio contra Noruega e o próprio Estados Unidos. Pagando por decisões da arbitragem, Marta mostrou do que são feitos os craques. Se mais vaiam, mais eles jogam. "Eles me amam", disse aos torcedores americanos após a eliminação. Sozinha, sim, ela já ganhou tudo o que podia: cinco prêmios consecutivos de melhor do mundo da Fifa. Embaixadora da ONU, o que só outras quatro mulheres poderosas deste planeta têm. Única jogadora com os pés na calçada da fama do Maracanã. Na Copa, em quatro partidas, marcou quatro gols, sofreu dois pênaltis e ainda deu uma assistência.
Primeiro treinador de convivência mais longa com Marta na Seleção Brasileira, Renê Simões tem uma grande história sobre a camisa 10. "Na Olimpíada de 2004, olhei da sacada do meu quarto e vi Marta lavando roupas. 'São roupas íntimas, professor'. Ela lavava as roupas íntimas das companheiras. Na Suécia, onde ela jogava, fomos jogar e o carro da Marta era o carro de todos", recordou Renê, conferindo um atestado da simplicidade da maior estrela do futebol mundial feminino.
Aos 25 anos, Marta ainda tem muita estrada pela frente e vai aguardar por mais evolução da modalidade onde já esgotou as possibilidades de títulos individuais. Só assim poderá se livrar do incômodo rótulo de jogadora sem conquistas relevantes pela Seleção Brasileira. E da triste sensação de impotência com a qual deixou a Alemanha na última segunda-feira.

No desembarque no Rio de Janeiro depois de mais uma derrota para os Estados Unidos no futebol feminino, a Seleção Brasileira chegou  cobrando mais investimentos e uma estrutura melhor para que o país possa se tornar uma potência no esporte.
A goleira Andréia, que se despediu do Brasil em Mundiais, fez um duro desabafo.
"Ganhou o melhor e quem tem o melhor. A gente não tem e nunca vai ter o melhor. Venceu uma seleção que investe no futebol feminino, que tem jogadoras que jogam desde os 12 anos, desde o colégio, tem time, clube, salário, e a gente não tem e nunca vai ter", afirmou ela. "Não acho que se fosse campeã mundial ia mudar alguma coisa. Não ia nada."
A atacante Cristiane, um dos destaques da Seleção Brasileira, lembrou que algumas jogadoras, entre elas a meia Formiga, chegou à Copa do Mundo da Alemanha sem clube para jogar na volta ao país. "O Brasil continua o mesmo e não muda. Tivemos três medalhas de prata em duas Olimpíadas e um Mundial e nada mudou. É triste por saber disso", avaliou.
O Brasil é o atual vice-campeão mundial e levou ainda duas medalhas de prata nas duas últimas Olimpíadas, em 2004 e 2008, perdendo a decisão justamente para os EUA. O técnico Kleiton Lima avalia que com uma preparação na base melhor as grandes potências acabam levando vantagem física sobre as jogadoras brasileiras.
"O problema está na base. O que falta é estrutura da modalidade no país...falta um trabalho nas categorias de base. Os Estados Unidos têm meninas de 13, 14, 15 anos sendo preparadas para serem campeãs olímpicas e mundiais. A gente não tem nada", declarou ele.
"A gente começa a convocar jogadoras com 17 anos, que não tiveram trabalho de base em seus clubes. Enquanto isso não mudar, países de primeiro mundo vão estar na nossa frente porque treinam da maneira ideal. Começamos o trabalho tarde e falta a cultura do país abrir as portas para o futebol feminino", acrescentou ele.

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