Após o duro golpe, que viveu o povo japonês neste semestre com os abalos naturais, tsunamis, crise nuclear em Fukushima, etc. O esporte nipônico também foi abalado, em especial, o futebol feminino. Foi um duro golpe para a equipe, que após dúvidas decidiu não abrir mão da participação na Copa do Mundo Feminina, ao contrário do que fez a seleção masculina ao desistir da participação como convidada da Copa América da Argentina.
Agora, os resultados estão aparecendo. As japonesas surpreenderam ao eliminarem as anfitriãs e grandes favoritas ao título. As alemãs foram derrotadas por 1 a 0, na prorrogação. E o desafio seguinte das orientais... A forte Suécia, valendo a vaga na final.
O técnico do time japonês, Norio Sasaki, explicou ao longo do torneio que foi difícil chegar em boas condições para disputar a Copa e que o terremoto e o tsunami causaram prejuízos óbvios na preparação da equipe. "Em um primeiro momento pensamos que não poderíamos vir jogar na Alemanha. Houve reuniões sobre esse assunto, para ver o que faríamos, porque ocorreram vários problemas", disse o treinador durante a primeira fase, na qual o Japão terminou em segundo lugar do grupo B, superado apenas pela Inglaterra.
"As equipes japonesas normalmente treinam de noite, com luz artificial, mas houve vários cortes de energia no leste do país e muitas das atletas não puderam treinar", afirmou Sasaki, que, por outro lado, acredita que o fato aumentou a motivação das jogadoras, que querem fazer bonito nesta Copa do Mundo e vencer o torneio depois de superar "todo tipo de problema".
Como já fizeram os jovens rapazes da seleção japonesa Sub-17 no México, as meninas do Japão estão entrando em campo, em todos os jogos, com uma faixa de agradecimento ao mundo pela ajuda e pela solidariedade após o desastre. "Aos nossos amigos do mundo todo, obrigado pelo apoio", diz à mensagem que atravessa o gramado.
Durante a preparação para o torneio, a presidente do Comitê de Organização da Copa do Mundo Feminina da Alemanha, Steffi Jones, teve que suspender uma viagem ao Japão durante o "tour de boas-vindas" em que promoveu o torneio nos países participantes.
Steffi Jones só conseguiu viajar para Tóquio na última viagem poucas semanas antes do evento, quando agradeceu ao futebol japonês pelos esforços para participar do Mundial. "Estamos muito satisfeitos em poder vir finalmente ao Japão e mostrar com gestos concretos nosso apoio incondicional a toda a família futebolística deste país apenas três meses depois da terrível catástrofe", afirmou durante a visita.
A FIFA pretende organizar o primeiro grande torneio no país depois do incidente já em dezembro, com o Mundial de Clubes, no qual participarão o Santos, campeão da Libertadores da América, e o Barcelona, campeão da Liga dos Campeões, entre outros.
E então nesta quarta-feira13, em Frankfurt, na Alemanha. As "Nadeshiko” (flor da foto), como estão sendo chamadas as jogadoras da seleção japonesa feminina de futebol venceram a Suécia por 3 a 1, e se classificaram para a final da Copa do Mundo feminina de futebol. Na decisão, a equipe asiática enfrentará os Estados Unidos, que bateram a França por 3 a 1 no outro duelo semifinal.
O JOGO
A Suécia saiu na frente aos 10min no primeiro tempo. Trabalhando a bola no campo de defesa, a capitã japonesa Sawa errou o passe e Öqvist roubou. A atacante sueca invadiu a área e bateu com força, por cima da goleira Kaihori, para abrir o placar.
O gol de empate do Japão saiu nove minutos depois. Miyama recebeu na esquerda e cruzou para a área. Kawasumi tentou finalizar, mas a bola bateu na zagueira sueca e enganou a goleira Lindahl, que não conseguiu impedir o empate japonês. Apesar disso, a juíza canadense Carol Anne Chenard deu o gol para a atacante.
Jogando com mais velocidade, a seleção japonesa dominava a partida e não dava espaços para a equipe sueca. Com isso, no segundo tempo, o Japão chegou ao gol da virada. Aos 14min, em novo cruzamento para a área, Lindahl tentou tirar de soco, mas não conseguiu afastar e a bola sobrou para Sawa, que tocou de cabeça, se redimindo do erro no lance do gol da Suécia.
Quatro minutos depois, o Japão aumentou a vantagem. Após um lançamento em profundidade, a goleira sueca saiu da área para afastar o perigo. Mas a bola ficou nos pés da atacante Kawasumi, que dominou e chutou do meio de campo para o gol vazio, marcando um golaço.
Com a vitória garantida, o Japão só precisou segurar a posse de bola para sair de campo classificado para a final. A grande final entre Japão e Estados Unidos acontece neste domingo, dia 17, em Frankfurt.
Ficha Técnica
Suécia 1 x 3 Japão
Local: Frankfurt, na Alemanha
Árbitro: Carol Anne CHENARD (CAN)
Assistente 1: Rita MUNOZ (MEX)
Assistente 2: Mayte CHAVEZ (MEX)
Quarto árbitro: Therese NEGUEL (CMR)
Quinto árbitro: Maria Luisa VILLA GUTIERREZ (ESP)
Gols: Nahomi KAWASUMI(2) e Homare SAWA (JAP)
Josefine OQVIST(SUE)
Japão
Ayumi KAIHORI (GK), Yukari KINGAA, Zusa IWASHIMIZU, Saki KUMAGAI, Mizuho SAKAGUCHI, Kozue ANDO, Aya MIYAMA (Megumi KAMIONOBE), Nahomi KAWASUMI (Yuki NAGASATO), Homare SAWA (C), Shinobu OHNO, (Megumi TAKASE) e Aya SAMESHIMA
Técnico: Norio SASAKI
Suécia
Hedvig LINDAHL, Charlotte ROHLIN, Annica SVENSSON, Sara THUNEBRO, Sara LARSSON, Lotta SCHELIN, Josefine OQVIST (Jessica LANDSTROM), Therese SJOGRAN, Linda FORSBERG (Sofia JAKOBSSON), Lisa DAHLKVIST e Marie HAMMARSTROM (Antonia GORANSSON).
Técnico: Thomas DENNERBY
França 1 x 3 Estados Unidos
Mais uma vez, a atacante Abby Wambach (foto), decidiu a favor dos Estados Unidos. Em nova jogada de bola aérea, como havia sido marcada a eliminação brasileira, a centroavante definiu a vitória das americanas sobre a França, nesta quarta-feira, no Borussia Park, em Mönchengladbach. Em jogo truncado, Wambach apareceu para salvar novamente sua seleção, que venceu por 3 a 1 e jogará a final no próximo domingo contra Suécia ou Japão.
Muito técnica, a equipe francesa foi superior em vários momentos da partida, mas a eficiência americana acabou falando mais alto, como já havia sido contra o Brasil. Hope Solo, apesar de ter vacilado no gol marcado por Bompastor, impediu lances importantes da França. E Wambach, que novamente contou com a ajuda das reservas Rapinoe e Morgan, decidiu na bola aérea.
Na decisão, a equipe americana enfrentará o surpreendente time do Japão. Nesta quarta-feira, a seleção oriental derrotou a Suécia por 3 a 1 e se assegurou na final da Copa do Mundo.
Assim como já havia ocorrido nas quartas de final contra o Brasil, os Estados Unidos não demoraram a abrir vantagem contra a França. Foram necessários apenas 8 minutos para que isso pudesse acontecer e as francesas, com finalização de Necib, estavam até melhores em campo. Mas pesou a eficiência das americanas quando Rodríguez foi à linha de fundo e centrou por baixo. Cheney, com um leve toque, matou a goleira Sapowicz.
O jogo então ficou propício para que as francesas colocassem seu estilo de mais toques na bola, enquanto as americanas se fecharam com boa proteção à zaga. Mesmo superior, a França só ameaçou de verdade em dois lances do primeiro tempo. Aos 30min, em contra-ataque fulminante, Thiney recebeu livre diante de Hope Solo, que fez incrível defesa cara a cara. Aos 34min, de longe, Bompastor bateu de longe e acertou o travessão.
Sempre perigosa, a equipe americana ainda ficaria bem perto de fazer 2 a 0. Aos 38min, Wambach recebeu cruzamento quase ao lado da trave. Sem ângulo para a finalização, tentou escorar para Rodríguez, que por pouco não empurrou para as redes. Depois, a própria Wambach levou perigo ao arrematar passe de Boxx. O chute saiu rente à trave.
A França trocou de centroavante no intervalo: saiu Delie, entrou Le Sommer, menos alta e mais hábil. Com 9min, as francesas conseguiram o desejado empate. Da esquerda, a ótima lateral Bompastor bateu da esquerda para a área, a bola passou por todo mundo e morreu nas redes dos Estados Unidos. O jogo então ganhou contornos dramáticos, semelhantes ao das duas seleções nas quartas de final.
Assim como havia ocorrido contra o Brasil, uma bola aérea resolveu a situação para os Estados Unidos, que já haviam ameaçado em falta cobrada por Rapinoe. Após escanteio da direita, Wambach apareceu no segundo pau, livre de marcação, e escorou de cabeça para as redes aos 33min. Nem deu tempo para a França se arrumar em campo e as americanas confirmaram a vitória com mais um gol.
Talismã do time, a atacante Alex Morgan recebeu livre em profundidade e, com classe, tocou por cima de Sapowicz, confirmando a vitória das americanas em Mönchengladbach. Fechadas na defesa e contando com Hope Solo, as atuais bicampeãs olímpicas deram um passo enorme para também vencer a Copa do Mundo pela terceira vez.
Ficha Técnica
França 1 x 3 Estados Unidos
Local:
Borussia Park, em Mönchengladbach (Alemanha)
Árbitra:
Kirsi Heikkinen (Finlândia)
Cartão amarelo:
França: Thomis
Público:
25.676 espectadores
Gols:
França: Bompastor, aos 9min do segundo tempo
Estados Unidos: Cheney, aos 8min do primeiro tempo, Wambach, aos 33min, e Morgan, aos 36min do segundo tempo
França:
Sapowicz; Lepailleur, Georges, Meilleroux e Bompastor; Soubeyrand (Thomis) e Bussaglia; Abily, Necib e Thiney; Delie (Le Sommer)
Treinador: Bruno Bini
Estados Unidos:
Hope Solo; Krieger, Sauerbrunn, Rampone e Le Peilbet; O'Reilly (Heath), Boxx, Lloyd (Rapinoe) e Cheney; Wambach e Rodríguez (Morgan)
Treinadora: Pia Sundhage
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