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Presidente do Palmeiras pega gancho violento

Em virtude das ofensas dirigidas ao arbitro gaucho Carlos Eugênio Simon após a derrota do Palmeiras para o Fluminense por 1 a 0, no Maracanã, no dia 8 de novembro,o presidente palmeirense  Belluzzo que partiu para o ataque verbal contra Simon,  ao anular um gol de Obina quando a partida ainda estava 0 a 0, assinalando falta inexistente do atacante no zagueiro tricolor Maicon.. Bastante irritado, o mandatário chamou o árbitro de "vigarista, safado, sem-vergonha e crápula", o acusando de estar "na gaveta de alguém".

Além de insinuar que Simon estaria vendido, o presidente palmeirense ainda falou que daria "uns tapas" se o encontrasse na rua e que a solução seria "encher o cara de porrada depois do assalto". O árbitro manteve a posição de ter marcado infração do jogador do Palmeiras, apesar de nenhuma câmera ter flagrado irregularidade no lance, e até mesmo Obra não escondeu a sua insatisfação ao saber que o assistente Marcelo Barison declarara que ele teria admitido a falta no adversário.
Belluzzo chegou a dizer que entraria na Justiça comum contra o árbitro gaúcho por "perdas e danos", mas a Fifa veta que clubes ligados às suas confederações cheguem a este ponto para resolver casos do esporte. Questões assim só podem ser levadas à Justiça Desportiva ou, em última instância, à corte de arbitragem. A pena estipulada pela entidade máxima do futebol é a exclusão da confederação (no caso a CBF) de seus quadros. Simon, por sua vez, afirmou que vai processar o dirigente.
As suspeitas levantadas envolvendo o Superior Tribunal de Justiça Desportiva renderam ao presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, uma punição de 270 dias - nove meses. Em julgamento realizado na noite desta terça-feira, na sede do STJD, no Rio de Janeiro, o dirigente acabou pegando uma pena leve, considerando que havia a possibilidade de um gancho de até seis anos (30 a 2.530 dias).
Com mandato até janeiro de 2011, o dirigente continua na presidência, mas com limitações políticas, principalmente no futebol. Enquanto durar a pena, Belluzzo não pode assinar contratos ou representar o clube em eventos oficiais, assim como não pode freqüentar áreas reservadas em partidas do Alviverde, nas quais ele terá de comparecer apenas como torcedor. Nestes casos, quem assume é Salvador Hugo Palaia, seu vice-presidente.
- Aceito a punição, até porque falei coisas muito fortes. Na verdade, isso já era esperado, por isso decidi nem ir ao Rio. O que não entendo até agora é o que o Simon fez naquele dia. Com 1 a 0 talvez tivéssemos vencido o jogo. Estaríamos na frente do Flamengo na classificação e empatados com o São Paulo - disse Belluzzo.
O dirigente explicou depois quais serão os seus próximos passos.
- Na prática, isso não muda nada. Já conversei com o Palaia e vamos ficar em contato nos próximos dias. Os jogadores vão continuar recebendo meu apoio, e eu espero que o time supere as dificuldades e seja campeão. Fora isso, entraremos com recurso amanhã (quarta-feira) mesmo.
Belluzzo foi denunciado nos artigos 186 (praticar ato hostil por fato ligado ao desporto), 187 (ofensa moral), 188 (manifestação desrespeitosa através da imprensa), 279 (incitação pública à prática de violência), 189 (atribuição de fato inverídico a membro do STJD) e 190 (manifestação desrespeitosa e ofensiva contra decisão do STJD através da imprensa). Absolvido em dois deles (186 e 189), acabou pegando 50 dias no artigo 187, 80 no 188, 90 no 190 e mais 50 no 278 - este acabou substituindo o 279, desqualificado pelo auditor e relator Otacílio Neto.
Jose Mauro do Couto Filho, advogado que defende a causa de Belluzzo Belluzzo foi denunciado em quatro artigos (186, 187, 188 e 279) pelas declarações envolvendo Simon - o árbitro foi ofendido verbalmente após o erro cometido contra o Palmeiras no jogo contra o Fluminense; e em dois (189 e 190) por levantar suspeitas de uma decisão do STJD - segundo ele, o auditor Rodrigo Fux puniu Vagner Love num julgamento porque o jogador não é do Flamengo.
Belluzzo foi representado pelo diretor de futebol, Savério Orlandi, e o advogado Rafael Pestana, e a sua defesa foi feita por José Mauro Couto Filho, que tentou minimizar a situação envolvendo manifestação desrespeitosa (ao STJD) e ofensa moral (a Simon). - A arbitragem foi desastrosa, e a declaração do doutor Belluzzo veio no calor do momento. Evidente que ele estava muito irritado, pois naquele momento viu um investimento de R$ 70 milhões ir por água abaixo. Agora, há uma distância muito grande entre avaliar e super dimensionar as declarações. É preciso avaliar que infração foi cometida por ele - disse Couto Filho, do corpo jurídico do Palmeiras.
Não foi o suficiente para convencer totalmente os auditores Otacílio Araújo, Marcelo Tavares e José Perez, mas o bastante para que a pena fosse bem menor do que a máxima prevista. Os dois primeiros votaram por suspensão de 50, 80 e 50 dias nos artigos 186, 187, 188, além de desqualificar o 279 em favor do 278, uma vez que, segundo Araújo, não houve incitação pública à violência, mas sim apenas uma ameaça. Perez só não acompanhou os colegas na decisão sobre o artigo 279. O manteve e aplicou pena de um ano, mas foi voto vencido.
O advogado alviverde, no entanto, não se mostrou totalmente satisfeito e confirmou que o clube vai recorrer.
- Fomos felizes na defesa. Houve um certo êxito, já que ele não pegou seis anos, mas não esperávamos uma pena tão elevada. Avaliamos a defesa como muito técnica. Entendemos que houve excesso, e agora o nosso pedido será avaliado pelo STJD - disse ele, explicando qual será o argumento alviverde. - Vamos insistir que houve excesso. Talvez toda a repercussão que o caso ganhou tenha gerado uma punição assim. Mas não tem como agravar, ou ela será mantida ou diminuída. O presidente vai respeitar a decisão, mas deixamos claro que vamos tentar mudar o quadro. Uma possibilidade é converter em cestas básicas ou ações sociais.

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