Nesta segunda-feira, 30, o Ferroviário demitiu o treinador Marcelo Vilar e diretor executivo do clube, Jurandi Junior. Segundo Vilar, que conversou exclusivamente com o Esportes O POVO, a decisão da saída dele do Tubarão foi unilateral, vinda da diretoria. Ele também revelou que desejava pelo menos encerrar a campanha na atual Série C, que seria finalizada no próximo sábado, 5, diante do Santa Cruz-PE. Contra os pernambucanos, o auxiliar técnico Totonho comanda.
Marcelo Vilar terminou sua quarta
passagem pelo Ferroviário após confirmar a permanência do clube na Série C para
o ano de 2021, depois de vitória por 7 a 0 sobre o lanterna do grupo A, o
Imperatriz-MA. Ele disse não ter mágoas da demissão.
"Saio de consciência limpa,
pois cumpri com um dos objetivos do clube, que era a permanência. O acesso e o
título da competição eram outros objetivos, pois sonhamos alto. Porém, mesmo
com uma das menores folhas salariais da Série C, conseguimos ser competitivos.
Em muitos jogos poderíamos ter tido resultado melhor, algo que nos colocaria na
briga por vaga nessa última rodada", ressaltou.
O ex-técnico do Ferroviário,
porém, fez críticas ao modo como a diretoria do clube geriu alguns episódios
durante a temporada. Para Vilar, a maneira como a situação da Arena Castelão
foi conduzida internamente acabou prejudicando o desempenho do time, que teve que
jogar algumas partidas no estádio Domingão, em Horizonte.
Ele também criticou a forma como
foi feita a renovação do contrato do meia-atacante Wellington Rato, destaque do
clube coral na primeira metade da Série C. O atleta, que fez quatro gols em
sete jogos, renovou o vínculo com o Ferroviário com multa de valor "muito
baixo", segundo Vilar, algo que facilitou a saída rápida dele para o
Atlético-GO, no fim de setembro.
Além disso, as várias mudanças no
elenco no decorrer da competição e a dificuldade do clube para contratar
atletas de maior valor, devido às limitações financeiras, foram outros fatores
que prejudicaram a campanha do Tubarão na Série C. Contudo, Vilar elogiou o
trabalhou de cooptação e filtragem feito pela diretoria de futebol da agremiação.
A passagem de Marcelo Vilar pelo
Ferroviário em 2020, que teve início em junho, teve 19 jogos, 17 pela Série C e
dois pelo Campeonato Cearense. Ele somou seis vitórias, cinco empates e oito
derrotas. Ele deixou o Tubarão na sexta colocação do grupo A da Terceira
Divisão, com 22 pontos, seis abaixo do G-4 e quatro acima do Z-2, restando uma
rodada para o fim da primeira fase do torneio.
Em conversa com o Esportes O
POVO, o presidente do Tubarão, Newton Filho, disse que a decisão dos
desligamentos partiu do vice-presidente de futebol do clube, Francisco Neto, e
que não houve qualquer consulta à presidência na tomada de atitude.
Francisco Neto, que também é
investidor no Ferroviário, quando perguntado sobre a tomada de decisão,
desconversou e disse que ele, juntamente com outros aplicadores de renda,
estavam deixando a agremiação. Essa debandada de recursos, segundo ele, foi
motivada por divergências constantes na diretoria da agremiação.
Newton relatou que ficou sabendo
das saídas de Vilar e Jurandi por meio de um grupo da diretoria no WhatsApp.
Apesar disso, ele preferiu não voltar atrás na decisão tomada. O presidente do
clube coral também disse que, após derrota para o Treze-PB, na 13ª rodada da
Série C, os investidores do clube pediram a saída de Vilar e tiveram aval de
Newton para seguir adiante com a ação.
Porém, por insistência do
executivo de futebol Jurandi Junior, os investidores mudaram de ideia e Marcelo
Vilar permaneceu no clube até esta segunda-feira.
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