Campeonato cearense sub 13. Enquanto
a bola rola no falhado gramado (Se é que se pode chamar de gramado) do Complexo
Esportivo Valdemar Caracas, nome por demais pomposo, para o acanhado estadinho
do bairro do Bom Jardim (periferia de Fortaleza). Lembrando que “Valdemar
Caracas” é um dos fundadores do Ferroviário Atlético Clube, uma das maiores
glorias do futebol cearense, hoje... O Ferrão anda meio em falha com sua galera,
no que se relaciona a títulos. Bem! Em campo o Ferroviário do centenário
Valdemar Caracas (ainda com excelente saúde) enfrenta o Uniclinic.
As duas equipes, disputam partida
valida pela segunda rodada do já citado certame (sub 13). O Ferrão já venceu na
primeira rodada de goleada. A “Águia da Precabura” faz sua estreia no certame
de 2012.
Final do primeiro tempo, o placar,
(é virtual, ou seria mental? Pois esta apenas na mente de cada um.) aponta um
gol para cada time. Os dois técnicos fazem a preleção e os últimos arranjos em
suas equipes para a segunda etapa, dentro do campo mesmo, pois vestiário aqui
no “Complexo” e coisa de luxo.
De repente o técnico do Uniclinic
vai até o banco de reservas de sua equipe, e chama o menor garoto que lá esta
sentada, em detrimento a outros de porte físico muito mais avantajado. Obediente
e silencioso o mirradinho garoto segue seu mestre, vestido em um enorme material
(camisa, calção e meiões) que cobrem todo aquele pequeno corpo que parece perdido
dentro das peças.
Começa o aquecimento, bola no alto.
Alto? ... Mais ou menos... Pra ele cabecear, pequenas corridas... Enfim aquilo
tudo que todos conhecem.
Vai começar o segundo tempo, o
pequeno dirige-se a até o arbitro reserva que não percebe a presença do pequeno
ao seu lado (é necessário que o camisa 15 toque no “professor” para que ele o
veja) então a placa de substituição sobe. Sai o cinco entra o 15.
Começa o segundo tempo, o Ferroviário
pressiona, o Uniclinic se segura como pode, o pequenino é ousado e rápido, logo
no primeiro lance livra-se do adversário com um simples drible de corpo e quase
coloca o companheiro na cara do gol.
O tempo vai passando o
Ferroviário marca seu segundo gol, mas o pequenino... Afinal quem é esse
menino? Alguém responde. É o Robert ele tem nove anos e joga “salão”. Ao final
do jogo, (o Ferroviário venceu por 3x1), me aproximo do “Robert” e pergunto. Quantos
anos você tem garoto? Nove anos, ele responde sem me encarar. Eu não acredito,
e vou perguntar ao técnico que confirma.
Então um cidadão meio desconfiado se aproxima
com ares de poucos amigos, e diz: É meu filho, algum problema? Apresento-me. Ai
então... “O papo rola mais leve”.
“É realmente ele tem nove anos e
joga futsal desde os cinco... Inclusive já foi campeão no fraldinhas e no pré-mirim,
tá jogando no Flamengo / Náutico”. Afirma Reginaldo o orgulhoso pai do pequeno
Robert.
Com dois meses de treino no campo,
segundo o pai. Robert que ainda não deixou o “salão”, já se apresenta no meio
de garotos mais velho até quatro anos que ele, melhor que muitos que se
encontram no mesmo perfil, ou faixa etária do certame sub 13.
E ai Robert, como esta na escola?
“Bem, tô no quarto ano...” Richard, (ainda) mora com os pais (se continuar
jogando neste ritmo, em breve deverá sair de casa rumo ao... quem sabe?) em
Messejana e estuda em escola publica. Joga muito este garoto! Esta afirmação e
unanimidade entre os que no estádio do Bom Jardim e viram o desempenho, ou já conheciam o
potencial de Robert.
Repito. Em breve o jovem Antônio Robert
Sousa Araújo, poderá ser mais uma estrela cearense a brilhar longe do futebol
local.
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