Com inicio marcado para o
principio de Outubro a série C cearense já esta sob ameaça de liminar Este ano o
certame da Série C, terá nove participantes. Dois meses antes da bola rolar, no
entanto, a competição já é alvo de reivindicação e até ameaça de embargo
judicial. O motivo é a restrição de idade imposta pelo Regulamento Geral das
Competições (RGC) no certame, que é porta de entrada para o futebol
profissional do Estado.
De acordo com o artigo 26 do RGC,
“O Campeonato Cearense da Série C será disputado por atletas com até 23 anos,
ou seja, nascidos em 1995, ou mais novos”. A determinação fez com que o
Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará (Safece) fosse provocado
por alguns jogadores de futebol que não se enquadram na limitação.
“A reivindicação dos atletas
através do Sindicato é baseada na própria Constituição. Os atletas de futebol
não têm calendário para o ano todo e essa é uma das grandes dificuldades desses
trabalhadores, que são chefes de família, que tem contas pra pagar no fim do
mês como todos nós. Quando tem uma competição que é limitada por idade, tira do
mercado de trabalho uma grande parte de atletas que estão aguardando por ela e
isso traz muitos transtornos, inclusive sociais”, explicou o presidente do
Safece, Marcos Gaúcho, que procurou a Federação Cearense de Futebol (FCF) para
tentar uma solução administrativa (sem precisar ir à justiça).
A entidade que representa os
jogadores publicou uma nota de repúdio alegando que a limitação de idade é
inconstitucional e avisando que, se necessário for, vai à justiça provar
isso. “É lamentável que a Federação,
seus dirigentes o os clubes de futebol por meio também dos dirigentes coloquem
esse tipo de limitação. O mercado, a demanda, a oferta e a procura é que devem
reger todas as profissões", disse o presidente do SAFECE, Marcos Gaúcho.
Ao que tudo indica, a decisão
terá que ser tomada mesmo na justiça, uma vez que a FCF não fará alteração no
RGC. Segundo o departamento jurídico da mentora do futebol cearense, o
regulamento foi publicado em outubro do ano passado e o período para
questionamentos e possíveis mudanças já passou faz tempo.
Além disso, segundo o diretor de
competições da FCF, Júlio Manso, todos os nove clubes que vão jogar a Série C
(Calouros, Pacatuba, Verdes Mares, Crateús, Nova Russas, Tianguá, Campo Grande,
Crato e Juazeiro) ratificaram o artigo de forma unânime no conselho técnico da
competição.
“A gente percebeu ao longos dos
anos que os mesmos atletas que jogam a Série A do Cearense acabam jogando também
as séries B e C. Então a ideia é fazer com que a Série C seja um campeonato que
dê oportunidade para que jovens atletas, para que possam se destacar e jogar
uma competição profissional e assim acontecerem revelações no futebol
cearense”, explica Manso. Apesar de não ter sido citado, o aspecto financeiro
também tem grande impacto, diminuindo os custos dos clubes.
O diretor de competições da FCF
disse entender a o problema de calendário reivindicado pelo Safece, mas
ressalta que o futebol cearense tem competições sem restrições de idade que
absorvem grande parte do mercado de jogadores de futebol. “a Federação tem duas
competições profissionais no primeiro semestre e duas no segundo semestre. Tem
a Fares Lopes, que não tem restrição de idade e acontece em paralelo com a Série
C. São nove equipes disputando e atletas que se não tivesse a competição não
estariam empregados”, argumenta.
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