Foto: Felipe Santos/cearasc.com
Uma viagem internacional exige uma logística e planejamento diferentes do que, comumente, é feito dentro do próprio país. Alguns fatores são importantes e precisam ser definidos com atenção e estratégia, para que o elenco sofra o menos desgaste possível, já que, numa mesma semana, jogaremos na Argentina, contra o Arsenal de Sarandí, e diante do Bahia, pelo primeiro jogo da final da Copa do Nordeste.
Então, tudo é calculado, nos mínimos detalhes, pelo departamento de futebol e repassado a toda a comissão técnica para que cada área exerça sua função com o melhor desempenho e buscando os melhores resultados possíveis. “A gente tá preparando uma viagem menos desgastante possível para os atletas. Fretamos o voo de ida e o de volta, com uma empresa que fizesse isso de forma direta, sem escala, e em horários propícios para que possamos voltar o quanto antes para o Brasil e os jogadores terem esse descanso necessário”, explicou o gerente de futebol, Sérgio Dimas.
A logística de viagem, no local, é basicamente a mesma coisa de quando é no Brasil. Os atletas ficam em um hotel, em quartos individuais, para que possam evitar, ao máximo, o contato com o Covid. Além disso, serão dois ônibus para a delegação. “Tudo isso também são normas exigidas pela Conmebol para viagens fora do país. É um protocolo de segurança que precisa ser seguido”, continuou o gerente.
Para tudo isso funcionar, antes de falarmos dos cuidados físicos, é preciso ter segurança, para cuidar da integridade física dos atletas, comissão técnica e dirigentes, além de toda a logística de deslocamento para treinos e ida e retorno do estádio. “Hoje, como vamos fazer um jogo internacional, por requisito da Conmebol, a gente precisa entrar em contato com os oficiais de segurança do time mandante, que dessa vez é o Arsenal de Sarandí. Passamos o horário de saída e chegada e solicitamos os trâmites de translado com escolta policial. Tudo feito com antecedência”, afirmou Carlos Veríssimo, chefe de segurança do Ceará.
No dia do jogo, é feito um trabalho de inspeção do estádio e dos arredores. “A gente faz toda essa verificação para entendermos as rotas no dia do jogo e para, se caso aconteça alguma coisa de última hora, tenhamos um plano b definido. É conversado com policiais e autoridades, de forma antecipada, o tempo que gastamos nesse translado, para que não ocorra atrasos”, explicou Carlos.
Olhando pelo lado físico, algumas rotinas mudam em viagens fora do país. Do idioma a cultura, tudo influi e precisa ser readaptado. O departamento de nutrição, coordenado pela Camila Mazetto, vem se preparando há algum tempo. “Eu tenho estudado muito, não só o espanhol, mas a alimentação local. Conversei com muitos colegas da área que já vivenciaram tudo isso e que, inclusive, ficaram no mesmo hotel que a gente vai ficar, para entender como as refeições funcionam lá. Graças a Deus, a Argentina, teoricamente, não tem uma comida muito diferente da nossa, mas sempre tem um tempero diferenciado, que muitos não estão acostumados, então eu precisei desenvolver um cardápio específico, com a linguagem deles, foi traduzido para a língua deles. Tive que aprender na marra (risos), mas é gratificamente passarmos por esse aprendizado”, explicou a nutricionista.
Para Giovanni Ramirez, fisiologista, agora, na Argentina, em específico, o trabalho não muda muito em relação a outros lugares. "Não teremos o agravante da altitude, então, ainda não estamos trabalhando olhando por esse lado. Hoje, domingo, os atletas ainda estão em processo de recuperação, devido às 24h pós jogo. A gente realiza essas avaliações ainda aqui na sede, e estende na viagem também. Levaremos todos os equipamentos daqui, que tem na sala da fisiologia, que são as avaliações bioquímicas de sangue e termografia. Nós realizamos esses processos em hotéis e viagens, desde o início de 2020, quando começamos a viajar com o elenco”, contou.
Por ser um voo fretado, existe uma comodidade ainda maior. Pensando nisso, a fisioterapia, por exemplo, otimizando o tempo e não querendo desperdiçar um dia inteiro de tratamento e recuperação dos atletas, irá montar uma estrutura dentro do próprio avião. “Teremos todo um processo de recuperação “móvel” no transporte. A ideia é levar nossos equipamentos e atender os atletas, já no próprio voo, e iniciar o processo de recuperação, antes mesmo de chegarmos ao hotel. Nós teremos dois fisioterapeutas disponíveis, nessa viagem, com o intuito de otimizar e melhorar o atendimento durante esses dias”, explicou João Paulo Frota, fisioterapeuta do clube.
Como vivemos uma era pandêmica, causada pelo coronavírus, os cuidados são ainda maiores. “Realizaremos duas rodadas de teste, sendo um RT-PCR e um de Antígeno. Além disso, no desembarque, no aeroporto de Buenos Aires, as autoridades argentinas ainda fazem mais um teste de antígeno swab nasal. As precauções são redobradas”, falou o coordenador do CESP (Centro de Saúde e Performance), o Dr. Gustavo Pires.
Os departamentos de comunicação e marketing estarão a todo vapor para trazer ao torcedor alvinegro todas as informações escritas e audiovisuais diretamente da Argentina. “Amanhã, por exemplo, a nossa coletiva de pré-jogo, que será com o meia Vina, acontecerá no hotel, no início da tarde. Os torcedores não só serão informados na Vozão TV, mas também no site oficial e redes sociais do clube. Além disso, a Rádio Vozão transmite o jogo ao vivo (por áudio).
O roteiro do Vozão já se inicia neste domingo, 25/04, com o embarque para Buenos Aires/ARG. A delegação chega na capital argentina por volta de 19h10. Serão um pouco mais de 5h de viagem. Nesta segunda, 26/04, o grupo participa de treino apronto, às 15h30, na Casa Amarilla, no CT do Boca Júnior. A partida contra o Arsenal de Sarandí acontece na terça, 27/04, às 21h30, no Estádio Julio Humberto Grondona. O retorno do elenco acontece na madrugada de quarta-feira, 28/04 (3h-8h10). A reapresentação para a final da Copa do Nordeste já tem data marcada e será, em Porangabuçu, na quinta-feira, 29/04.