O pesadelo da Série C continua para o Fortaleza. A torcida tricolor fez sua parte, mas dentro de campo o time não teve forças suficientes, ou capacidade para colocar o clube no lugar que lhe é devido. Porem nada disso justifica os atos de vandalismo da torcida após a derrota do time. Decepcionante sob os dois aspectos o time decepcionou em campo e verdade, mas... A torcida!
Decepcionante também.
O JOGO
A frieza do Oeste fez a diferença e o sonho do acesso para o Tricolor do Pici foi adiado. O time paulista venceu o jogo por 3x1, calou o estádio Presidente Vargas e volta para Itápolis com a vaga na Série B.
Foram 90 minutos de emoção e drama. O Fortaleza iniciou o jogo como devia, atacando. Waldison perdeu duas chances nos primeiros 10 minutos. O Oeste não se intimidou e, na primeira subida, abriu o placar. Aos 11 minutos, Serginho passou por Ciro Sena e chutou. A zaga desviou parcialmente, mas Jheimy fica com a sobra e mandou para o gol.
Após o gol, o Oeste se fechou bem e cadenciou o jogo nas jogadas de bola parada e forçando algumas paralisações. O Fortaleza seguiu na pressão, mas o Oeste também assustava nas suas investidas. Waldison seguia como o jogador mais perigoso do Fortaleza.
Então no finalzinho do primeiro tempo o Tricolor conseguiu empatar a partida. Guto cobrou falta com força, o goleiro Fernando Leal espalmou e depois de um rápido bate rebate Waldison estava no lugar certo, como bom homem de área, e mandou a bola para o fundo das redes jogo empatado renovam-se as esperanças tricolores.
O Fortaleza voltou para o 2º tempo pressionando mais ainda em busca do gol do acesso. A pressão era concretizada com bola na trave (em cabeçada de Cléber Carioca, gol anulado de Ciro Sena e chances criadas pelos lados do campo).
Fortaleza no desespero, Oeste comendo pelas beiradas, no único contra ataque que encaixou na partida. Lieger desceu em velocidade e cruzou na medida, para Jheimy escorar de cabeça para o gol. O PV se calou. Daí em diante, apenas gritos de desespero das arquibancadas e tentativa em vão de buscar o gol de empate.
Aos 49 minutos do 2º tempo, o fechar do caixão. Serginho avançou livre e tocou sobre o goleiro Lopes, decretando o fim de ano para o tricolor.
Após o jogo o técnico Vica do Fortaleza deu a declaração seguinte e entregou o cargo.
"Meu ciclo no Fortaleza está se encerra hoje. A ferida é muito grande e é muito difícil de cicatrizar", disparou na entrevista coletiva, afirmando que precisará de um tempo para se 'reciclar'.
"Tudo foi feito da melhor forma possível, mas infelizmente nós fracassamos", avaliou o treinador, que perdeu a invencibilidade de 17 jogos no clube justamente na partida mais importante.
Até então, o treinador vinha de 11 vitórias e 6 empates em 4 meses de trabalho.
A DIRETORIA
O presidente Fortaleza, Osmar Baquit, que na sexta-feira havia manifestado desejo de contar Vica em 2013, foi cauteloso nas palavras e disse que, no momento, não há como tomar qualquer decisão.
Contudo, o cenário indica que o treinador deve mesmo deixar a equipe. "O Vica conversou comigo. Disse que não tem condições de ficar no clube, que ficou muito abalado", comentou Baquit, que diz estar com a consciência tranquilo. "Fizemos tudo que era possível", avaliou.
FICHA TÉCNICA
Fortaleza 1x3 Oeste
Data: 11 de novembro de 2012
Local: estádio Presidente Vargas, em Fortaleza.
Árbitro: Edivaldo Elias da Silva (CBF-PR)
Assistentes: Bruno Boschilia (PR) e Pedro Martinelli Christino (PR)
Público pagante: 20.062 (público total: 20.062 espectadores)
Renda: R$ 530.302
Cartões amarelos: Piauí, Dionísio, Fernando Leal, Serginho e Eduardo (O); Guto, Élton e Geraldo (F).
Gols: Waldison aos 42 do 1º T (F); Jheimy aos 12 minutos do 1º T e aos 28 minutos do 2º T e Serginho aos 49 minutos do 2º T (Oeste).
FORTALEZA:
Lopes; Micão, Ciro Sena e Cléber Carioca (Jaílson); Rafinha, Élton, Esley (Jackson), Geraldo e Guto; Waldison e Assisinho (Cléo).
Técnico: Vica
OESTE:
Fernando Leal; Dedê, Eduardo, Dezinho e Piauí (Éverton); Dionísio, Hudson (Samuel), Lieger; Paulo Vítor, Jheimy e Serginho.
Técnico: Luiz Carlos Martins.
Vandalismo
Os atos de vandalismo provocados por 'torcedores' do Fortaleza após o jogo contra o Oeste não passaram impunes. De acordo com o defensor público Raphael Esmeraldo, 40 pessoas foram detidas e responderão por danos ao patrimônio público. Desse total, sete eram adolescentes (menores de idade).
“O crime de dano ao patrimônio tem pena máxima de três anos. O Juizado só pode dar pena até dois anos. Por isso, eles são encaminhados à delegacia e vão responder na Justiça Comum. Já os menores respondem por procedimento dentro das varas de infância e juventude”, explicou Raphael.
VIOLÊNCIA NA PRAÇA
O vandalismo extrapolou os limites do PV e continuou na rua Marechal Deodoro, nos arredores da praça da Gentilândia. Torcedores entraram em confronto com policiais militares, dentre eles, homens do Batalhão de Polícia de Choque, que atiraram para o alto a fim de dispersar a multidão. Houve troca de tiros, mas ninguém se feriu. Um homem sofreu ataque cardíaco e foi socorrido pelo Corpo dos Bombeiros.
TERMINAIS
Até 19h30 deste domingo, os terminais da Parangaba e da Lagoa apresentavam movimento tranquilo. Viaturas da Ronda do Quarteirão e agentes da Guarda Municipal faziam a segurança.
DROGAS
Antes do jogo, dois cambistas e três usuários de drogas foram presos. Um homem foi detido por arremesso de objeto e outro por acusação de tumulto ao longo da partida. Nas duas horas anteriores à partida, somente no entorno da Praça da Gentilândia, foram registrados seis detenções, um assalto e alguns princípios de confusão. Os torcedores foram presos após arremesso de rojões de fogos de artifício em terceiros.
Por volta das 15h, também na Praça, a Cavalaria daPM se impôs na tentativa de dispersar a aglomeração de torcedores. Alguns deles reagiram arremessando garrafas de cerveja, pedras e estacas.
O tráfego de veículos no entorno do PV esteve interrompido por 45 agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania de Fortaleza (AMC) entre 13h e 18h. Ao todo, foram mobilizados 250 policiais militares e ainda 110 seguranças.
Fonte : Jornal O Povo
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