Com 10 nordestinos na disputa,
seria natural que um dos grupos fosse fechado com os times da região. Mas,
nesse caso, o Atlético-AC teria que percorrer mais de 60 mil km só na primeira
fase
Com times definidos, Série C de 2019 quebra a
cabeça da CBF para manter regionalização dos grupos Com times definidos, Série
C de 2019 quebra a cabeça da CBF para manter regionalização dos grupos
Estão definidos os 20 clubes que
vão disputar o Campeonato Brasileiro da Série C em 2019. E metade deles é da
região nordestina. Com dez times na disputa, a tendência natural é que todos
eles sejam agrupados, embora isso contrarie o princípio da regionalização
proposto pela CBF para diminuir os custos.
Parece incoerente, não? Nem
tanto. Juntar os nordestinos significaria mandar para o Grupo B os times do
Norte. Isso traria um confronto inusitado entre Atlético-AC e Ypiranga de
Erechim, que teriam que cruzar o país para jogar um contra o outro.
De qualquer forma, esse é o
modelo mais provável. A CBF já fez isso para acomodar os times do Centro-Oeste.
Crac e Vila Nova-GO, por exemplo, já disputaram a Série C jogando nos grupos A
e B. Neste ano, Cuiabá e Luverdense estiveram juntos com os times do
Sul-Sudeste.
O diretor de competições da CBF,
Manoel Flores, não quis comentar o assunto recentemente, quando esteve em João Pessoa
participando do conselho arbitral do Campeonato Paraibano. Mas a própria
entidade, ao divulgar o calendário de 2019 e reservar 24 datas para a Série C,
já deu a entender que conta com a manutenção da fórmula atual, com dois grupos
de 10 times, em vigor desde 2012.
Recentemente, o Náutico encabeçou
um movimento para mudar o regulamento da Série C. Alguns clubes chegaram até a
propor o modelo de pontos corridos, como já acontece nas séries A e B. Mas
diante dos custos que ninguém quer arcar, a tendência é permanecer a mesma
fórmula.
Prováveis grupos
Foto: Arte: Cisco Nobre
Para se ter um ideia da
disparidade, o Atlético-AC teria que percorrer 63.136 km, somando as viagens de
ida e volta – como comparação, uma volta inteira ao redor do mundo daria 80 mil
km. No Grupo A, pela sua posição estratégica, o Botafogo-PB teria que percorrer
apenas 10.748 km.
Outras opções
Se a CBF pensar apenas na posição
geográfica, é possível que os times do Norte fiquem alojados com alguns do
Nordeste. Uma possibilidade, por exemplo, seria juntar Atlético-AC, Remo,
Paysandu, Imperatriz, Sampaio Corrêa, Ferroviário, ABC, Globo FC, Botafogo-PB e
Treze numa chave, deslocando Santa Cruz, Náutico e Confiança (que estão mais ao
sul do Nordeste) para o Grupo B. Nesse caso, o Luverdense permaneceria onde
está hoje.
A outra sugestão seria fazer uma
divisão estratégica, privilegiando o equilíbrio técnico entre os participantes.
Assim, por exemplo, o Remo ficaria num grupo e o Paysandu em outro. Isso
aconteceria também com Santa Cruz e Náutico, Botafogo-PB e Treze, ABC e Globo
FC, Sampaio Corrêa e Imperatriz, e assim por diante. Nesse caso, todos os
participantes teriam logísticas muito parecidas.
O martelo deverá ser batido pela
CBF nos próximos dias, com a divulgação oficial dos grupos da Série C. Até lá,
as especulações serão muitas para desafiar a geografia.
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