O sucesso das primeiras competições proporcionou um rápido crescimento ao movimento paralímpico, que em 1976 já contava com quarenta países. Neste mesmo ano foi realizada a primeira edição dos Jogos de Inverno, levando a mais pessoas deficientes à possibilidade de praticar esportes em alto nível. Os Jogos de Barcelona, em 1992, representam um marco para o evento, já que pela primeira vez os comitês organizadores dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos trabalharam juntos. O apoio do Comitê Olímpico Internacional após os Jogos de Seul, em 1988 proporcionou a fundação, em 1989, do Comitê Paralímpico Internacional. Desde então os dois órgãos desenvolvem ações conjuntas visando ao desenvolvimento do esporte para deficientes.
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Vinte e sete modalidades compõem o programa dos Jogos Paralímpicos, sendo que vinte e cinco já foram disputadas e duas irão estrear na edição de 2016 dos Jogos. Além de modalidades adaptadas, como atletismo, natação, basquetebol, tênis de mesa, esqui alpino e curling, há esportes disputados exclusivamente por deficientes, como bocha, goalball e futebol de cinco. Ao longo da história, diversos atletas com deficiência física participaram de edições dos Jogos Olímpicos, tendo conseguido resultados expressivos. O único caso registrado de atleta profissional que fez o caminho inverso, ou seja, competiu primeiro em Jogos Olímpicos e depois em Jogos Paralímpicos, é o do esgrimista húngaro Pál Szekeres, que conquistou uma medalha de bronze em 1988 e, após os Jogos, sofreu um acidente de carro que o deixou paraplégico. Szekeres já participou de cinco Jogos Paralímpicos.
O Brasil tem conseguido destaque nas últimas edições dos Jogos Paralímpicos. O país estreou em 1976 e conquistou sua primeira medalha na edição seguinte. Em 2008, pela primeira vez encerrou uma edição entre os dez primeiros no quadro de medalhas, ficando em nono lugar com 47 medalhas. Os nadadores Clodoaldo Silva e Daniel Dias e os corredores Lucas Prado, Ádria Santos e Terezinha Guilhermina são alguns dos destaques paraesportivos do país. Portugal também tem obtido bons resultados, com destaque para a natação e a bocha, que deram seis das sete medalhas do país em 2008. Angola compete apenas desde 1996, mas já conquistou seis medalhas, todas no atletismo. Cabo Verde, Timor-Leste e Macau também já participaram de Jogos Paralímpicos, mas nunca ganharam medalhas.
Neste ano de 2016 o Brasil, mas precisamente a cidade do Rio de Janeiro foi à cidade anfitriã da festa mundial realizada entre 7 e 18 de setembro.
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Ao final dos jogos o Brasil foi o 8º colocado no quadro geral de medalhas da Paralimpíada do Rio de Janeiro. Foram 72 medalhas no total, sendo 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze. Antes do início da competição, a meta prevista pelo Comitê Paralímpico Brasileiro era de que o Brasil ficasse entre os cinco melhores países na conquista de medalhas.
Apesar de ter conquistado mais medalhas que nos jogos de Londres, em 2012, a colocação do Brasil neste ano ficou pior, porque há menos medalhas de ouro, que contam mais pontos na classificação. Em Londres, o Brasil ficou em 7º lugar, com 43 medalhas no total, sendo 21 de ouro, 14 de prata e oito de bronze.
A última medalha do Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro foi conquistada por Edneusa Dorta. Ela ficou em terceiro lugar na maratona feminina classe T12, para deficientes visuais.
A modalidade em que mais foram conquistadas medalhas pelo Brasil foi o atletismo, com 33 medalhas no total. Na natação, os atletas brasileiros ficaram com 19 medalhas.
Na Paralimpíada do Rio, a China ficou em primeiro lugar, com 239 medalhas: 107 de ouro, 81 de prata e 51 de bronze. Em seguida, aparecem a Grã-Bretanha, com 147 medalhas no total, Ucrânia, com 117, Estados Unidos, com 115, e Austrália, com 81 medalhas.
Ranking paralímpico
Se o oitavo lugar alcançado pelo Brasil no quadro geral de medalhas dos Jogos Paralímpicos deste ano não satisfez a meta proposta pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, pelo menos fez com que o país melhorasse de posição no quadro histórico de medalhas nas Paralimpíada.
As 14 medalhas de ouro conquistadas no Rio fez o Brasil saltar do 26º para o 23º lugar. Ao todo, o Brasil soma 87 medalhas de ouro em toda a história das Paralimpíadas. A marca fez o país ultrapassar Suíça, Bélgica e Finlândia.
A liderança geral continua com os Estados Unidos. Apesar de ter ficado em 4º lugar no Rio de Janeiro, os norte-americanos têm agora 771 medalhas de ouro. Em segundo lugar, está a Grã-Bretanha, com 664 medalhas de ouro. A China, que faturou 107 medalhas de ouro no Rio, deu um salto no ranking: pulou de 7º para 4º, com 443 medalhas de ouro.
Alemanha (3º), Canadá (5º), Austrália (6º), França (7º), Holanda (8º), Polônia (9º) e Suécia (10º) completam a lista dos 10 primeiros. Na sequência, o país que mais saltou foi à Ucrânia. Com as 41 medalhas de ouro, o país foi do 22º para o 13º lugar. Agora, a Ucrânia tem 125 medalhas de ouro. Quarenta e uma delas conquistadas só no Rio de Janeiro.
Veja o ranking histórico de medalhas em Paralimpíadas
1º – EUA 771
2º – Grã-Bretanha 664
3º – Alemanha 508
4º – China 443
5º – Canadá 396
6º – Austrália 368
7º – França 346
8º – Holanda 276
9º – Polônia 262
10º – Suécia 225
23º – Brasil 87
Futebol de 5, para deficientes visual seleção brasileira é ouro e chega ao tetracampeonato paraolímpico.
O de futebol de 5, esporte disputado por atletas com deficiência visual, tem na seleção brasileira seu destaque maior o time “canarinho” chegou ao topo do pódio com uma campanha invicta e sagrou-se tetracampeã paraolímpica sem jamais ter conhecido o gosto de uma derrota.
Com um gol de Ricardinho, feito logo no início da primeira etapa, o elenco nacional venceu o Irã, por um a zero, no penúltimo dia de competições paraolímpicas, neste sábado (17). Com a arena no Parque Olímpico completamente tomada por torcedores, o time brasileiro respondeu ao apoio do público impondo domínio da bola durante a maior parte do jogo.
O JOGO
O primeiro tempo do jogo foi marcado pela retranca defensiva do Irã e por tentativas dos alas brasileiros Ricardinho e Jefinho de quebrarem o bloqueio. Os iranianos somente tentavam ser ofensivos em raros contra-ataques liderados pelo camisa 10 Zadaliasghari.
Aos 12 min da primeira etapa, o espetacular Ricardinho conseguiu, com muita velocidade, vencer a defesa da seleção iraniana e abriu o placar para o Brasil, 1 a 0. A partir de então, festa nas arquibancadas da torcida brasileira daí, foi necessário que a organização do evento pedisse silêncio ao público a todo o momento, visto que no futebol de 5, o barulho atrapalha a orientação dos jogadores, que precisam ouvir os guizos da bola e a voz do treinador para se guiarem em campo.
Em desvantagem, o Irã tentou sair mais para o jogo, mas não conseguia criar jogadas de efeito. O Brasil seguiu dominando a partida, mesmo sem Jefinho, que saiu para descanso.
Os iranianos bem mais agressivos na segunda etapa. Aos 9 min, eles se embolaram na área brasileira, mas o goleiro Luan evitou o empate.
A segunda etapa também foi marcada por uma forte topada do camisa 10 iraniano em uma placa na lateral, que serve para evitar a saída da bola. Ele saiu para ser atendido e voltou faltando 15 min para o final do jogo.
O Brasil criou menos no segundo tempo. Quem chegava com mais objetividade no gol do rival era o atacante Nonato, que chegou perto de marcar em três oportunidades.
Quase sem voz ao final da partida, o treinador Fábio Vasconcelos, que gritou durante todo o jogo orientando seu elenco, pedia vibração da arena. A torcida começou a gritar "é campeão", faltando um minuto para o apito final.
A explosão da arquibancada com o tetracampeonato ecoou pelo Parque Olímpico. Os jogadores, muitos deles em lágrimas, deram voltas no campo fazendo reverência ao apoio dos torcedores.
A Argentina ficou com medalha de bronze, ao vencer a China, também na tarde deste sábado, depois da disputa por pênaltis.
Ao final das paraolimpíadas vários órgãos da imprensa nacional apresentaram nosso principais atletas verdadeiros campeões também de superação. Confira os principais dez destaques da equipe brasileira nos Jogos Paraolímpicos na visão da “Folha”.
PETRÚCIO FERREIRA, 19
Atletismo
1 ouro e 2 pratas no Rio
Primeira Paraolimpíada
Categoria: T47 (para atletas com deficiência em membros superiores)
O corredor paraibano, que não tem um antebraço, conquistou a medalha de ouro nos 100 m rasos com 10s57, um recorde mundial. O tempo é o mesmo da melhor marca de Alan Fonteles na T43 (não tem as duas pernas e corre com próteses)
Natação
4 ouros, 3 pratas e 2 bronzes no Rio.
3ª Paraolimpíada
Categoria: S5, SM5 e SB4 (atletas de estilo livre, medley e peito; a classificação vai de 0 a 10, quanto menor o número, maior o comprometimento motor).
Apesar de ter tido mais dificuldades do que em Londres-2012, quando ganhou 6 ouros, o paulista tornou-se o maior atleta masculino da natação paraolímpica, com 24 pódios (14 ouros ao todo).
BRUNA COSTA ALEXANDRE, 21.
Tênis de mesa
2 bronzes no Rio
2ª Paraolimpíada
Categoria: Classe 10 (competem de pé, com menor comprometimento motor).
A catarinense se tornou a primeira brasileira a obter medalha no tênis de mesa em Paraolimpíada. À sua frente, ficaram só a lenda polonesa Natalia Partyka, que é do time olímpico e soma quatro ouros, e a chinesa Qian Yang, número um do mundo.
EVANIO DA SILVA, 32.
Levantamento de peso
1 prata no Rio
1ª Paraolimpíada
Categoria: até 88 kg
O atleta baiano se tornou o primeiro brasileiro no levantamento de peso a subir ao pódio nos Jogos Paraolímpicos. Ele conseguiu levantar 210 kg. No Parapan de Toronto, no Canadá, realizado em 2015, ele havia conquistado o ouro na categoria até 80 kg. Evanio teve poliomielite, que lhe causou sequelas nas pernas.
RICARDO COSTA DE OLIVEIRA, 34.
Atletismo
1 ouro no Rio
1ª Paraolimpíada
Categoria: T11 (atletas com deficiência visual)
Já tinha prata assegurada, mas, na última tentativa, o sul-mato-grossense conquistou o ouro com 6,52 m no salto em distância, em disputa emocionante. Em seguida, ele deu a volta olímpica no Engenhão e foi muito aplaudido. Foi o primeiro ouro do Brasil nestes Jogos Paraolímpicos
ANTONIO LEME, 48, EVELYN DE OLIVEIRA, 26, e EVANI SOARES (atleta reserva), 29
Dupla mista de bocha
1 ouro no Rio
1ª Paraolimpíada
Categoria: BC3 (severas limitações nos braços, nas pernas e no tronco)
A dupla mista conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil nessa categoria, em que o país fazia sua estreia. A vitória na final na Arena Carioca 2, no Parque Olímpico, foi sobre a equipe da Coreia do Sul, por 5 a 2, que havia derrotado os brasileiros na primeira etapa
ANTONIO TENÓRIO, 45
Judô
1 prata no Rio
6ª Paraolimpíada
O veterano judoca subiu ao pódio em todas as edições de Paraolimpíada que disputou. Foi o primeiro judoca paraolímpico a ter quatro ouros consecutivos: Atlanta-1996, Sydney- 2000, Atenas-2004 e Pequim-2008. Em Londres, em 2012, o atleta nascido em São Bernardo do Campo (SP) ficou com a medalha de bronze
SHIRLENE COELHO, 35
Atletismo
1 ouro e 1 prata no Rio
3ª Paraolimpíada
Categoria: F37 (atletas com paralisia cerebral)
Porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, a goiana conquistou o bicampeonato olímpico no arremesso de dardo, com 37,57m. Campeã na edição de Londres, em 2012, ela tem também uma prata em Pequim-2008.
MATHEUS SOUZA, 23
Natação
1 bronze no Rio
2ª Paraolimpíada
Categoria: S11 (estilo livre para deficientes visuais)
Natural de Brusque (SC) conquistou a primeira medalha do Brasil em sua categoria ao terminar em terceiro nos 400 m livre. Havia ficado em segundo lugar no Mundial de 2015. Nascido prematuro, Matheus perdeu a visão nos primeiros dias de vida.
ISRAEL STROH, 30
Tênis de mesa
1 prata no Rio
1ª Paraolimpíada
Categoria: TT7 (atletas que andam, mas têm algum tipo de deficiência motora).
Tornou-se o primeiro brasileiro a chegar a uma final individual do tênis de mesa. Natural de Santos (SP), ele perdeu na decisão para o britânico William John Bayley, número um do mundo.
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