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Rugbi do interior cearense é campeão nordestino

Criado em 1845, no Reino Unido, atualmente a Terra da Rainha é um dos principais eixos do rúgbi mundial. Longe do “Fog” Londrino, especificamente em território cearense, a modalidade ainda ‘engatinha’ porem já ganha títulos. 

Diferentemente dos números britânicos, no Ceará são menos de uma dezena de times, com equipes que por vezes lutam para ter um campo de treinamento. A referência já pode ser considerada a agremiação de Aurora, município com 24 mil habitantes e que fica a 476 km de Fortaleza. São mais de 100 atletas no grupo, além de ter no currículo a conquista da 2ª etapa do Campeonato Cearense, em dezembro do ano passado.

Neste final de semana as equipes masculina e feminina do Aurora Rúgbi Club enfrentaram mais um desafio, desta vez um campeonato de nível regional o Nordestino de Rúgbi Sevens(Olímpico) que aconteceu neste sábado 10 e domingo 11, na oportunidade o Aurora Rúgbi contou com sua equipe principal e a equipe B masculina como convidada para a disputa, lembrando ainda que o time feminino fez sua estreia em um certame oficial. Com menos de dois anos de existência, o Aurora Rúgbi Club, do município do mesmo nome , conquistou o título em Juazeiro do Norte. 

Os “Guariús”, apelido carinhoso da equipe aurorense. (A alcunha foi escolhida para homenagear o povo indígena da região), venceu cinco das seis partidas no último final de semana, no estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte, e levantou o troféu de campeão do Campeonato Nordeste Sevens 2015. De quebra, o grupo ainda se tornou 2º lugar do Circuito Nordestino, competição com etapas.

Na decisão, o Aurora Rúgbi Club, bateu o Náutico Capibaribe, pelo placar de 14 a 5. No total, eram 10 equipes participantes, em dois grupos divididos com cinco clubes. O time ‘B’ também participou da competição. O elenco feminino ficou entre os quatro primeiros colocados.





FUNDADOR

“(O time) Vai completar dois anos no dia 4 de março. Joguei a ideia nas redes sociais e o pessoal gostou. Praticamente ninguém conhecia. Quando eu comprei a primeira bola, achavam que era de futebol americano. A gente conseguiu uma reunião com o pessoal de Juazeiro (do Norte), contamos com ajuda de um pessoal do Rio Grande do Norte. E convidamos as pessoas da cidade para assistir. Fomos marcando treinos”, explica Lamarck Dias, fundador, ex-presidente e atual diretor de marketing.

Com o interesse do público, o time consegue ganhar espaço na própria região. Pelo menos em quatro dias da semana, os treinamentos ocorrem no estádio Municipal. Os finais de semana já são certos no calendário dos trabalhos. Durante os dias úteis, o grupo reserva o campo de terra batida com a prefeitura. Para fazer as marcações no terreno, o Aurora Rúgbi utiliza cal.

A ideia de momento é formalizar o grupo como uma associação desportiva. A profissionalização se torna um lance real nas pretensões dos membros da agremiação. O time tem agora, inclusive, um técnico remunerado. Thales Massena, natural de Caicó-RN, é o coach da turma aurorense.

O RUGBI

“É um estádio com o tamanho oficial. Já fizemos partida e tudo. A gente sempre traz alguém para apitar. A gente está com um número bom de bolas. Em Juazeiro (do Norte) já vende. Ou então a gente compra pela Internet”, comenta o dirigente. No esporte, o uso da chuteira é obrigatório.

A modalidade praticada pelos cearenses é o rúgbi de sete jogadores. Diferente do jogo com 15 atletas, a ramificação tem dois tempos de sete minutos e também possui campeonatos com realização em apenas um dia, por exemplo. “Em virtude das Olimpíadas, volta a estar em ascensão. Mais visado pela televisão”, indica Lamarck.



OS ATLETAS

Quem entra no elenco possui companheiros dos mais diversos segmentos profissionais. Como o esporte ainda é amador por aqui, difícil ficar sem ter uma outra ocupação. Pedro Henrique Macedo, o próprio secretário de esportes da cidade, é visto dentro do campo em busca de um try (jogada de pontuação máxima no esporte) para o time.

Um dos mais antigos do grupo é o farmacêutico Jaílson Lira, de 24 anos. Desde o início dentro do projeto, scrum-half da equipe também é o técnico do time feminino. “Ele (rúgbi) te ensina muita coisa boa. A respeitar os seus adversários. Muita gente observa o jogo como violento. Você tem que ter uma técnica de derrubar. Você, por exemplo, não pode puxar a gola, porque se não é punido. Tem que cair junto com o adversário”, justifica. O elenco ainda conta com advogados, veterinário, office boy e cia.

ASA BRANCA

Em um estado onde o rúgbi não é um esporte em evidência, dois jovens se destacam e investem na sua carreira sem nenhum tipo de patrocínio. Os jogadores de outro time cearense campeão da modalidade, o Asa Branca Rúgbi, Igor Facundo e Miller Romão foram vencedores de competições em várias cidades da região nordeste, se consagrando nas modalidades sevens e union.

Igor se destaca por sua determinação, pois está sempre disposto a brigar pela bola. Ele joga na posição Asa (camisa 6), sua função é recuperar a bola caso seja conquistada pelo time adversário. Já a marca de Miller é a velocidade e inteligência para pegar a bola, correr, driblar os adversários e fazer o try. O Miller joga nas posições Abertura (camisa 10) ou Segundo Centro (camisa 12) e ainda faz os chutes de conversão.

Igor e Miller foram convocados pela Federação Nordestina de Rúgbi (Feneru) para representarem a região nordeste em um torneio contra jogadores da região norte, no primeiro desafio de seleções que aconteceu em Natal (RN). O nordeste foi o campeão e os atletas do Asa Branca foram titulares no jogo.

Além disso, em fevereiro deste ano, os jogadores do Asa Branca também foram convidados para reforçar o Aurora Rúgbi em um torneio de classificação para o Brasileiro de Sevens que ocorreu em Florianópolis (SC). Dessa vez eles não ganharam, mas deram muito trabalho para os jogadores do sul do País.

AS VIAGENS

Como o Asa Branca Rúgbi não tem patrocinadores que financiem as viagens, quando surgem campeonatos pelo nordeste, os jogadores fazem cotas, bingos, vendem bebidas e até pedem nos semáforos de Fortaleza. Devido à falta de dinheiro, os atletas se limitam a participar de competições apenas no nordeste, pois fica mais barato pagar uma passagem de ônibus ou colocar gasolina no carro para viajar. O grande sonho deles é participar do Brasileiro, evento que acontece somente nas regiões sul e sudeste, sendo quase impossível pagar pelas passagens de todos os jogadores sem um patrocínio.

Para os jogadores do Asa Branca, a paixão pelo rúgbi e a esperança de ser um atleta reconhecido supera toda a dificuldade. Mesmo tendo que contar as moedas e passar a madrugada viajando, na hora jogo eles sempre estarão com garra e determinação para fazer um bom trabalho em campo.



O Aurora Rúgbi Club, bateu na decisão o Náutico Capibaribe, pelo placar de 14 a 5. No total, eram 10 equipes participantes, em dois grupos divididos com cinco clubes. O time ‘B’ também participou da competição. O elenco feminino ficou entre os quatro primeiros colocados.

(OBS. Fotos de Divulgação )

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