Uma
final pelo The Best (e muito mais): Neymar e Lewandowski lideram PSG e Bayern
em Lisboa.
Franceses
e alemães decidem o título mais cobiçado do ano com duelo entre os respectivos
craques de fundo, também à caça do prêmio de melhor do mundo. E vale a Tríplice
Coroa
Definitivamente
o evento “final de Liga dos Campeões” é gigante o suficiente para despertar
atenções do público mais variado. Talvez o seu primo que não goste tanto de
futebol já estivesse curioso para acompanhar Paris Saint-Germain x Bayern, às
16h (de Brasília), no Estádio da Luz, em Lisboa. Afinal, é a reunião de dois
dos melhores times do planeta decidindo o campeonato de clubes mais midiático.
Mas hoje tem um bolo na cereja.
Relembre
a trajetória de PSG e Bayern na tabela da Liga dos Campeões
O
#NeyDay, que virou febre desde o primeiro dia de mata-mata em Portugal, chega
ao seu capítulo final neste domingo. Seja você fã, indiferente ou hater, é
inegável a capacidade de Neymar em lançar moda e movimentar as redes sociais.
“O Pai Tá On” virou até funk.
Em
campo, o craque brasileiro vem sendo a figura da melhor campanha do PSG em sua
história e, por mais que o projeto seja ganhar o título da Champions, uma
grande atuação acompanhada do troféu pode colocar o camisa 10 como forte
candidato ao Fifa The Best – um dos motivos escolhidos por ter deixado o
Barcelona há três anos.
O
melhor do mundo
Time
titular do Bayern custou menos da metade de Neymar; veja comparativo entre
finalistas
Além
de ser o artilheiro da Liga dos Campeões com 15 gols (a dois do recorde de
Cristiano Ronaldo), ele soma 55 gols em 46 jogos pelo Bayern desde agosto de
2019. Só dois clubes (Bochum e Borussia Mönchengladbach) escaparam de levar um
gol dele nesta temporada. Na Champions, o aproveitamento é de 100%: jogou,
marcou.
Considerando
números por clubes, a média de Lewandowski (1,19 gol/jogo) é superior a todas
de Cristiano Ronaldo e inferior a apenas duas de Messi (2011/12 e 2012/13),
quando atingiu a barreira de 1,2 gol/jogo.
Se
contabilizarmos ainda as nove assistências, a média de participação direta para
gol por jogo sobe para 1,39. Para facilitar as contas, Lewandowski participa de
um gol a cada 63 minutos nesta temporada. É como se, aos 18 do segundo tempo,
já houvesse um gol do Bayern com influência direta dele.
Neymar
não possui números inteiros tão expressivos, mas o rendimento é semelhante: são
19 gols e 11 assistências em 26 jogos, com ótima média de participação direta
de 1,15 gol/jogo (um a cada 76 minutos).
Da
base ao topo: veja trajetória de Coutinho e Neymar, amigos que serão rivais na
final
Números
por clubes na temporada 2019/20
Neymar Lewandowski
Gols 19 55
Assistências 11 9
Jogos 26 46
Participação
direta 1,15 gol/jogo 1,39 gol/jogo
Produz
um gol a cada... 76,5 minutos 63,2 minutos
A
diferença é que o camisa 10 entrou muito menos em campo, seja por problemas
físicos, suspensão ou por ter sido afastado no início da temporada enquanto
aguardava o desfecho da negociação com o Barça. Para piorar, a pandemia ainda
forçou o fim precoce do Campeonato Francês – o PSG fez 27 jogos em vez de 38.
De
qualquer forma, Neymar tem o carimbo de fazer a diferença. Segundo levantamento
do jornalista Matheus Eduardo, Neymar produziu 42,3% dos gols do PSG (30 de 71)
enquanto atuou. A proporção é praticamente a mesma para Lewandowski seguindo o
mesmo critério: 42,6% dos gols do Bayern (64 de 150).
Todas
as contratações do PSG durante a era Catar
No
recorte apenas do mata-mata desta Champions, uma pequena vantagem para o
polonês, que produziu 10 dos 18 gols do Bayern (55,5%) contra 50% do brasileiro
(4 de 8). Fato talvez explicado pela proximidade de Lewandowski do gol,
enquanto Neymar possui atribuições também na criação do time e pisa menos na
área.
Mas
por que estamos até aqui falando de dois jogadores num texto sobre a final da
Liga dos Campeões?
Pois
há uma sensação de que se trata, também, da definição do melhor jogador do
mundo na temporada 2019/20. Vejam só:
Não
é ano de Copa do Mundo (e acabou não sendo de Eurocopa e Copa América); por
outro lado, a Liga dos Campeões neste novo formato preenche a lacuna de um
mata-mata global, reinando praticamente sozinha no calendário.
Maiores
vencedores do prêmio, Messi e Cristiano Ronaldo perderam peso com as
eliminações de seus times (o Barcelona caiu nas quartas, mas sofrendo a maior
goleada de sua história para o Bayern, e a Juve se despediu nas oitavas) ainda
que tenham feito o suficiente para pleitear ao menos um lugar no top-5
De
Bruyne, outro nome que fazia grande temporada, também foi eliminado com o
Manchester City nas quartas de final
Desde
a criação do prêmio, em 1991, em 10 oportunidades o vencedor foi campeão da
Champions. Há uma relação considerável, especialmente se excluirmos da conta os
anos de Copa do Mundo.
Eles
querem a Tríplice Coroa
Feita
a introdução, vamos aos times, não menos importantes nessa equação. O Bayern
chega à decisão com a melhor média de gols (4,2) da história do torneio (42 em
10 jogos) e está só a três de se igualar ao melhor ataque, o Barcelona de
1999/00 (45 gols), que terá feito cinco jogos a mais no total por questões de
regulamento.
Melhor
ataque da Europa, Bayern tem média acima de 4 gols por jogo na Liga dos
Campeões
Além
disso, trata-se de uma campanha perfeita até aqui do Bayern, com 10 vitórias em
10 jogos (e só oito gols sofridos). No mata-mata, Chelsea, Barcelona e Lyon
foram as vítimas.
Desde
que Hansi Flick assumiu o posto de Niko Kovac, são 32 vitórias, um empate e só
duas derrotas em 35 jogos, com 115 gols a favor e 26 contra.
-
Com Hansi Flick eles estão numa corrida única e extraordinária e têm a mistura
extremamente boa de jogadores famintos de uma nova geração que querem deixar
sua marca no clube com experientes que querem vencer a Champions novamente –
opinou o alemão Thomas Tuchel, técnico do PSG.
Tuchel
vê PSG pronto para final histórica: "É um grande desafio, mas nós estamos
confiantes"
Mbappé:
"É uma boa oportunidade de mostrar que somos um grande da Europa"
Estamos
diante de uma máquina, que já ganhou o Campeonato Alemão, a Copa da Alemanha e
espera a Champions para mais uma Tríplice Coroa, a exemplo de 2012/13 com Jupp
Heynckes.
Ao
todo, oito times de sete clubes diferentes já tiveram o gostinho de conquistar
os três principais torneios na temporada:
Celtic
(1966/67)
Ajax
(1971/72)
PSV
(1987/88)
Manchester
United (1998/99)
Barcelona
(2008/09 e 2014/15)
Inter
de Milão (2009/10)
Bayern
(2012/13)
O
último foi o Barcelona de Messi, Suárez e Neymar. E o próximo pode ser, por que
não, o PSG de Neymar, Mbappé e Di María.
O
clube francês também conquistou Campeonato Francês e Copa da França, mas ainda
beliscou a última edição da Copa da Liga e também a Supercopa da França. É o
auge do projeto Catar, desde a venda em 2011 que permitiu um vasto investimento
em atletas.
Na
Champions, a caminhada começou com uma classificação em primeiro num grupo com
o Real Madrid. O PSG é finalista com oito vitórias em 10 jogos e só cinco gols
sofridos (a melhor defesa). No mata-mata, derrubou Borussia Dortmund, Atalanta
e RB Leipzig.
-
Eles têm velocidade e são um time de ponta com jogadores incríveis. Não somente
no ataque, mas também na defesa com Thiago Silva e Marquinhos. Eles sofreram
apenas cinco gols na Liga dos Campeões, então você pode ver que não é só o
ataque que funciona, mas a defesa também – elogiou Hansi Flick.
Os
times
Nenhum
dos treinadores optou por confirmar a escalação na véspera. Tuchel pode ter
Rico ou Navas no gol (o costarriquenho se recupera de uma lesão), e Verratti ou
Gueye no meio (o italiano ainda busca o melhor condicionamento depois de atuar
10 minutos na semifinal).
As
dúvidas no time de Hansi Flick também são por motivos físicos. Boateng foi
substituído contra o Lyon no intervalo. Se não estiver apto para começar, Süle
deve entrar em seu lugar. Outra dúvida é sobre o retorno do lateral-direito
Pavard, movendo Kimmich para o meio-campo. A tendência é que o polivalente
alemão siga na linha de defesa.
Ficha
técnica:
PSG:
Rico (Navas), Kehrer, Thiago Silva, Kimpembe e Bernat; Verratti (Gueye),
Marquinhos, Herrera; Di María, Neymar e Mbappé. Técnico: Thomas Tuchel.
Bayern:
Neuer, Kimmich, Boateng (Süle), Alaba, Davies; Goretzka, Thiago (Pavard);
Perisic, Müller e Gnabry; Lewandowski. Técnico: Hansi Flick.
Árbitro:
Daniele Orsato (Itália).
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