Fortaleza convida bilionário russo para jogo contra Independiente
Na lista de critérios observados, Ivan considera o time cearense vantajoso também pela proximidade da Capital com a Europa
O empresário Ivan Savvidis (foto) gostou
da proposta e estuda acompanhar o duelo in loco na Arena Castelão para ficar
próximo da torcida tricolor.
Um dos entraves para a chegada de
Ivan ao Brasil é viabilizar um sistema de segurança.
A negociação entre o Fortaleza e
o empresário russo Ivan Savvidis ganhou um novo capítulo: o clube cearense
convidou o bilionário e proprietário do time grego PAOK para assistir ao jogo
contra o Independiente-ARG na próxima quinta-feira (27), na Arena Castelão. A
proposta: presenciar in loco a torcida tricolor no primeiro jogo internacional
da história do time em casa, pela Sul-Americana.
A oferta foi bem avaliada pelo magnata
e tem grande chance de ser concretizada, inclusive com a presença do filho e
também sócio Giorgos Savvidis. A família tem acompanhado o desempenho da equipe
em 2020 e viu com bons olhos a presença de torcedores tricolores em Buenos
Aires para o compromisso de ida da competição.
O desafio agora é viabilizar um
sistema de segurança para Ivan. Na Grécia, o empresário tem um aparato
estrutural que facilita tanto a chegada como a saída do estádio Toumba, a casa
do PAOK. Assim, a presença nos jogos ocorre sem aviso prévio, a depender do
calendário do empresário.
Vale ressaltar que a resposta ao
convite tricolor ainda não foi oficializado. Com o entrave, há possibilidade
também da presença apenas do representante da equipe no país, o brasileiro
Leonardo Cornaccini. O profissional chega ao Brasil na próxima terça (25) para
uma reunião em São Paulo - a priori, o investimento no Fortaleza não está na
pauta, mas pode entrar a depender da negociação dos próximos dias.
Caso Ivan desembarque na capital
cearense, o plano é acelerar os moldes do acordo entre as partes e formalizar
uma oferta. Uma visita às estruturas do clube também é prevista, principalmente
no entorno do Centro de Excelência, na sede do time leonino.
A coluna apurou que, para a
realização de um aporte financeiro, o único clube brasileiro na lista é o
Fortaleza - atualmente, prioridade de Ivan. A escolha foi motivada pela festa
da torcida, as conquistas recentes do clube e a possibilidade de crescimento em
cenário nacional - pontos traçadas através de um estudo das próprias empresas
dos Savvidis, que apontaram o Fortaleza como um dos times com maior potencial
de se tornar autossustentável.
Desde janeiro, uma grupo de
advogados estuda a legislação brasileira para sinalizar sobre a viabilidade do
negócio. Inicialmente, o objetivo é realizar a aquisição do Fortaleza. Caso não
haja nenhuma possibilidade, há formatos de parceria observados - entre
patrocínio, co-gestão ou intercâmbio de atletas -, mas são planos alternativos.
Com fortuna estimada R$ 6,37 bi
pela Forbes, Ivan Savvidis deseja se inserir no mercado da América do Sul. O
russo conheceu o Leão através da festa da torcida tricolor na Arena Castelão
após o encerramento da Série A do Brasileiro. Mosaicos, show pirotécnico,
lotação e a atmosfera fizeram o alvo ser definido.
Bilionário russo aguarda aval
fiscal para avançar em negociação com Fortaleza e quer visitar clube
Um grupo de advogados estuda a
legislação brasileira para sinalizar sobre a viabilidade do negócio
Um interesse que se transformou
em contato e ganhou peso por conta de um vídeo. O panorama é o da negociação
entre o Fortaleza Esporte Clube e o empresário russo Ivan Savvidis, que tem o
desejo de investir esportivamente em uma nova equipe além do PAOK, instituição
de futebol da qual é proprietário na Grécia.
Em busca de inserção no mercado
da América do Sul, o bilionário - com fortuna estimada em R$ 6,37 bi pela
Forbes - conheceu o Leão através da festa da torcida tricolor na Arena Castelão
após o encerramento da Série A do Brasileiro. Mosaicos, show pirotécnico,
lotação e uma atmosfera que fez o alvo ser definido.
Hoje, o único time consultado
para o aporte financeiro é o Fortaleza. Muito pela influência dos irmãos
Eduardo e Leonardo Cornacini, agentes de atletas e responsáveis pela empresa
LEFT Sports. Amigos da família Savvidis, a dupla brasileira exibiu um material
do time cearense durante encontro na Grécia, em dezembro.
“Nós sabíamos do interesse deles
em investir, desde agosto que estudam um novo negócio, e o Brasil era o campo.
A festa (do Fortaleza) contra o Bahia foi fundamental para a definição das
prioridades de análise porque o Ivan gosta do calor da torcida, de time de
massa, estádios lotados, além do resultado esportivo, que o Fortaleza teve
bastante em 2019”, explicou Eduardo.
Na lista de critérios observados,
os russos consideram o time cearense vantajoso também porque:
Tem uma diretoria com gestão
responsável (orçamento recorde, forte plano de sócio-torcedor e contas em dia)
Atua na Arena Castelão, um
estádio de Copa do Mundo (palco de um jogo da Grécia em 2014)
Segue com Rogério Ceni no comando
(a manutenção de um ídolo é tida como importante)
A capital Fortaleza, das
brasileiras, é a mais próxima da Europa, com distância de 5.608 km de Libsoa,
em Portugal (o Aeroporto tem voos diretos).
Pela facilidade do idioma e a
experiência no cenário nacional, os irmãos Cornacini assumiram a moderação do
acordo - sendo inclusive os que conversaram inicialmente com o presidente do
clube, Marcelo Paz. Não há nenhuma proposta oficializada até o momento. O
avanço no trâmite depende agora do setor fiscal das empresas.
O departamento, com um grupo de
advogados, estuda a legislação brasileira para sinalizar sobre a viabilidade do
negócio. Inicialmente, o objetivo é realizar a aquisição do Fortaleza. Caso não
haja nenhuma possibilidade, há formatos de parceria observados - entre
patrocínio Master, co-gestão ou intercâmbio de atletas -, mas são planos
alternativos.
VISITA AO PICI
Filho de Ivan, Giorgos é fã do futebol brasileiro e deve viajar para a
capital cearense
Desde que a possível aliança
entre o Fortaleza e o conglomerado da família Savvidis foi noticiada, equipes
da Áustria e de Portugal se manifestaram dispostas a receber o investimento,
incluindo a venda de ações. No entanto, o principal interessado no Leão é o
filho de Ivan, Giorgos, que é fã do futebol brasileiro.
Caso o aval fiscal seja positivo,
o herdeiro, que é sócio do pai, pretende visitar a sede tricolor em fevereiro
para ver o nível de infraestrutura do time, a estrutura do Centro de
Excelência, e intensificar os diálogos. O empresário Leonardo Cornacini deve
acompanhá-lo para intermediar o contato.
O contato só será possível pela
disposição do presidente Marcelo Paz em aceitar ouvir a proposta, apesar de
sempre ressaltar que o Fortaleza é a prioridade - reação que agradou ao magnata
por demonstrar cuidado com o clube e a história. A família Savvidis também sabe
da inclinação inicial de parte da diretoria tricolor em não permitir a venda da
instituição.
"O Ivan entende que o
Fortaleza chegou ao que é hoje, ascensão rápida nos últimos anos, com as
próprias forças. Ele respeita muito isso porque tudo ocorreu através dos
próprios profissionais que ainda estão lá, com gestão qualificada. Tudo isso
encanta muito e, com o dinheiro da família, podem transformá-lo em uma grande
potencia do futebol brasileiro", declarou Eduardo.
Mesmo sem definição sobre a forma
de parceria, há um consenso de ambas as partes de que o clube não pode perder a
tradicional caracterização, como as cores vermelho, azul e branco, o nome ou
mesmo a cidade sede. O fato é: logo após o ano mais vitorioso da história do
clube, o 2020 também deseja se eternizar na memória do tricolor.
Em tempo I: não existe proposta
oficial. o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz foi contatado pelos empresários
brasileiros Leonardo e Eduardo Cornacini para apenas formalizar que havia
interesse em um negócio futuro, sem que fosse firmado prazos ou contratos.
Em tempo II: o empresário Ivan
Savvidis costuma ser muito presente quando realiza um investimento. O russo tem
como característica interferir no processo de gestão sem mediadores, com
contato direto na empresa ou clube em questão.
Entenda os caminhos para o
Fortaleza receber investimento do bilionário russo
Dentre os patrimônios, o
Fortaleza tem investido em melhorias no Centro de Excelência, no Pici
Foto: Thiago Gadelha / SVM
As tratativas são iniciais, mas
existem. A diretoria do Fortaleza Esporte Clube confirmou que um representante
do time grego PAOK entrou em contato com o presidente Marcelo Paz para
comunicar sobre um possível investimento realizado na equipe cearense. O
empresário por trás do aporte financeiro atende por Ivan Savvidis, um russo que
deseja se inserir no futebol brasileiro e tem fortuna estimada em R$ 6,37
bilhões segundo a Forbes.
Uma reunião, com chance de ser
fora do país, será agendada nos próximos dias entre as partes envolvidas. E as
possibilidades de negociação, caso avancem, são duas: uma parceria de
patrocínio ou a compra do clube.
A primeira é mais viável e bem
recebida pela cúpula tricolor. Para ser oficializada, a instituição deve
receber um projeto de investimento, que será encaminhado ao Conselho
Deliberativo. O órgão faz uma análise financeira, prepara um laudo e então
devolve à Diretoria Executiva, que tem a decisão de aprovar ou não o novo
patrocinador.
Nesse cenário, a contribuição do
exterior pode vir através de Naming Rights, exposição de marca através de
divulgação do clube ou doação. Ainda sem patrocinador master definido, o
Fortaleza aprovou a projeção orçamentária de 2020 com R$ 109 milhões, sendo R$
8.042.000,00 oriundos de patrocínio.
O sistema solicita o contato do
Conselho Deliberativo apenas se ultrapassar o valor projetado, ou seja, uma
negociação dentre os parâmetros estimados pode ser conduzida diretamente pela
Diretoria Executiva do Fortaleza.
Todas as formas de recebimento
estão previstas pelo atual estatuto, que impede apenas a existência de um
proprietário no time. Assim, a 2ª opção de negócio tem a complexidade de
necessitar de uma alteração no regimento - algo que é estudado internamente,
mas não tem o aval da maioria dos representantes tricolores na instituição e
também não é um desejo, já que o clube não está à venda.
CLUBE-EMPRESA
A mudança específica é na
descrição interna do Fortaleza. Hoje, a entidade é uma Associação Civil
Privada, logo, os donos são os associados, o que envolve sócio-proprietários,
membros da diretoria e os conselheiros. Para permitir uma aquisição, o Leão
deve se tornar um clube-empresa.
A transformação exige que um
capital seja disponibilizado e comercializado na Bolsa de Valores. No processo,
quem realizasse a compra da maior parte das ações se tornaria o
sócio-majoritário, sendo o dono do clube - como Savvidis é no PAOK, da Grécia.
Para a mudança existir, pelo
menos 30 conselheiros ou 50 sócio-proprietários devem preparar um documento
solicitando a instalação de uma comissão para reforma no estatuto, que é
passível de modernização. Se atender aos pré-requisitos, uma Assembleia será
instaurada a fim de votar em prol ou não da migração. Ao todo, 4.250 pessoas
estão aptas a participar da reunião: são 4.000 conselheiros e 250
sócio-proprietários.
A logística é a mesma para
qualquer sugestão de alteração no Fortaleza Esporte Clube, incluindo
modificação no hino, cores, escudo, uniforme ou verba destinada a cada setor. O
exemplo é de democracia na instituição de 101 anos de história, que sempre
priorizou o próprio torcedor como principal patrimônio.
Ivan Savvidis é proprietário do PAOK, mas também tem investimentos em
empresas agrícolas e de carne
Devido a robustez do processo, a
inclusão de sócio-torcedores na decisão não é descartada - isso em um futuro
avanço da negociação, que sequer teve início. Para além de toda a influência de
um mandatário, que passaria a gerenciar o clube por completo, um primeiro
impacto é nas finanças. Apesar de aberto a um montante de investimento maior, o
Fortaleza passaria a pagar tributos da mesma forma que uma empresa - no modelo
associativo, por exemplo, o clube tem isenção de impostos e diminuição da
alíquota por ser sem fins lucrativos.
A vantagem, no entanto, é o
crescimento econômico. A frente do PAOK desde 2013, Ivan Savvidis quitou todas
as dívidas da instituição, considerava falida no país, e a tornou tricampeã da
Copa da Grécia.
"Particularmente, acho o
modelo bom. Mas não acredito que o Brasil esteja preparado para receber esse
tipo de investimento. O investidor quer o lucro, o lado esportivo fica em
segundo plano. Aqui não funciona assim, o torcedor não tem essa paciência toda
se ficarmos temporadas sem títulos”, ressaltou Demetrius Coelho, presidente do
Conselho Deliberativo do Fortaleza.
Na contramão, um fator importante
a ser frisado é a possibilidade de falência. Como Associação, o time tem
mecanismos de se manter ativo economicamente, mesmo que funcionando em situação
crítica: caso do Cruzeiro, que foi rebaixado para a Série B e tem mais de R$
800 milhões em dívidas. Se fosse uma empresa, já teria as atividades encerradas.
Pontos positivos: Maior
investimento para contratações; maior investimento em infraestrutura;
possibilidade de estádio próprio; projeção orçamentária em outro patamar e
ganhos esportivos tendo em vista maior investimento.
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