Tudo começou com a pífia atuação do time tricolor diante do Avaí SC na penúltima rodada do Brasileirão quita feira 16, o que culminou com um protesto que saiu dos limites na chegada da delegação tricolor no Aeroporto Pinto Martins quando o atacante Robson, foi agredido por um torcedor do clube enquanto tentava deixar o aeroporto, nesta sexta-feira, 17.
Caso Robson
Nas imagens gravadas por pessoas presentes no local, é possível ver que o jogador, mesmo acossado por um grupo de torcedores, que fazia protesto no local, conversava parado com um deles, que o agrediu com um capacete. Robson tentou se defender do golpe, se afastou e foi acompanhado por um segurança do clube até o carro que o levaria embora, enquanto o restante dos torcedores seguiram atrás, gritando.
Dentro do aeroporto, o clima já havia sido tenso. A delegação do Fortaleza foi recebida sob protestos. Os torcedores chamaram o grupo de “time sem vergonha”, “amarelão” e, em meio à xingamentos, fizeram cobranças devido a campanha do Tricolor na Série A do Brasileiro.
Sobre os fatos ocorridos no aeroporto a diretoria do clube emitiu nota, repudiando os fatos especialmente as agressões a Robson e a outros jogadores, sem confirmar quem mais foi agredido. O clube informou que está dando todo o suporte aos atletas e vai “verificar a necessidade de adoção de medidas legais”. O texto também afirma que o clube entende as cobranças, desde que não envolvam violência.
Confira a nota do Fortaleza na íntegra:
O Fortaleza Esporte Clube repudia, veementemente, as agressões sofridas pelo atacante Robson e demais atletas registradas na tarde desta sexta-feira (17). O caso aconteceu após a delegação desembarcar no Aeroporto Internacional de Fortaleza após retorno à capital cearense depois da partida contra o Avaí, em Florianópolis.
O Clube está dando todo suporte ao atleta e analisando o fato para verificar a necessidade de eventual adoção de medidas legais. Entendemos o momento difícil, as cobranças e a necessidade de melhorar, desde que os protestos não envolvam violência.
Lucas Crispim
O ala-esquerdo Lucas Crispim foi afastado por tempo indeterminado das atividades do time profissional em virtude de haver participado de uma festa na última sexta-feira, 17, antecipando a comemoração do seu aniversário de 28 anos, que aconteceu neste domingo 19.
Segundo informações a festa estava prevista para acontecer somente no domingo, 19, momentos após o jogo contra o América-MG, pelo Brasileirão, data em que o ala-esquerdo completa 28 anos de idade, mas foi antecipada para sexta-feira, 17. A atitude do jogador foi o estopim para a diretoria, potencializada pelo contexto complicado que o time vive na temporada como lanterna da Série A.
Na manifestação dos torcedores no desembarque em Fortaleza, Crispim esteve entre os principais alvos. Ainda no saguão, uma música com a letra "Lucas Crispim, vou te falar, a sua festa não vai rolar" foi cantada repetidas vezes. Do lado de fora, o atleta foi agredido com um empurrão pelas costas.
“Os atletas, obviamente, têm direito ao lazer. No entanto, devem saber que há momentos e formas adequadas para isso. Jogadores profissionais representam o Clube, e a Instituição precisa ser respeitada sobretudo nos momentos mais difíceis”, enfatizou o Fortaleza em nota oficial sobre o afastamento.
Estes protestos da torcida trouxeram outros problemas desconhecidos do grande público à tona como o caos do atacante Renato Kayzer.
Adquirido por R$ 6 milhões no início da temporada, sendo essa a maior compra da história do futebol cearense, Renato Kazer não deve mais atuar pela equipe do Fortaleza. Kayzer não é titular no time de Vojvoda e só disputou 23 jogos até agora, sendo apenas oito como titular. Ele marcou três gols e deu duas assistências. Pela Série A, porém, foram apenas seis jogos disputados e nenhum gol ou assistência anotados. A pouca utilização teria deixado o jogador insatisfeito e algumas atitudes, como a falta de empenho nos treinamentos, conversas com outras equipes para deixar o Fortaleza, como Vasco da Gama, Grêmio e o ex-clube, Athletico, desagradaram a comissão técnica e diretoria.
Renato Kayzer pode se transferir para defender outro clube na Série A, na janela de transferências que será aberta em 18 de julho
Vojvoda garante comprometimento e pede união
Neste sábado, 18, a torcida do Fortaleza voltou a se reunir para realizar uma nova manifestação, desta vez no Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici. Porém o técnico Juan Pablo Vovojda diferentemente de sua postura comedida habitual, conversou com os torcedores presentes ao Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici. Se referiu aos torcedores de maneira firme e ressaltou que a torcida também precisa passar confiança para a equipe
Durante o protesto Vojvoda afirmou que os jogadores estão comprometidos e todos que trabalham no clube são pessoas sérias. O treinador também reconheceu o momento ruim do time e pediu o apoio
Vojvoda foi contundente em suas palavras. Diferentemente da postura comedida habitual, durante o discurso, o técnico se referiu aos torcedores, que estavam dentro do CT, de maneira firme e em voz alta. Ele se disse envergonhado pelas atuações do time em campo, mas destacou que é necessário que haja união entre clube e torcedores. O argentino ressaltou que a torcida também precisa passar confiança para a equipe.
“Eu falei para os jogadores. Aqui temos jogadores que estão comprometidos. Tem que suportar a pressão do Fortaleza também. São pessoas sérias e trabalhadores que estão todos os dias aqui. Eu necessito de vocês, nós necessitamos de vocês”, disse o técnico em direção aos presentes na manifestação.
“Quando erramos um passe necessitamos que vocês transmitam apoio. Oito anos sem conseguir o acesso e no momento ruim tem que abraçar. Estamos ruins, estamos muito mal. O jogo contra o Avaí foi uma vergonha. Eu estou envergonhado também. Nós temos que confiar. Vocês em nós e nós em vocês. Todos juntos aqui vamos cobrar”, completou Vojvoda.
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