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CBF admite erro em metade das reclamações dos clubes e vê falhas do VAR

A CBF admitiu erros em pelo menos metade dos jogos em que houve reclamações de clubes na reta final do Brasileiro. E reconheceu necessidade de ajustes no VAR. É o que se constata na análise dos documentos da ouvidoria da confederação sobre os protestos de times, divulgados a partir de novembro. A ouvidoria da CBF é um organismo que atua independente da comissão de arbitragem. É acionado quando um clube faz uma reclamação formal à entidade e tem que dar um parecer sobre a procedência do protesto. O número de reclamações e falhas aumentou no momento mais decisivo do campeonato, segundo apurou o blog. A ouvidoria recebia menos protestos durante a realização do Brasileiro e a maioria era considerada improcedente. Essa é a informação de períodos em que ainda não eram divulgados os pareceres. Na reta final, já foram divulgados oito documentos pela ouvidoria. Entre eles, o organismo enxergou erros graves como pênaltis mal marcados ou ignorados em quatro deles. Em três partidas, foram falhas contra o Bahia, diante de Flamengo, Juventude e São Paulo. E houve um pênalti não marcado para o Grêmio diante do América-MG. Mas é preciso ressaltar que não constam pareceres da ouvidoria sobre jogos como Flamengo x Chapecoense, Flamengo x Athletico-PR, e Bahia x Cuiabá (dois erros reclamados contra o time mato-grossense), todas partidas em que houve falhas. Isso porque os todas partidas em que houve falhas. Isso porque os clubes não fizeram reclamações à ouvidoria ou ainda não houve divulgação. Entre as falhas apontadas pela ouvidoria, estão problemas no procedimento do VAR, como no caso do pênalti ignorado para o Grêmio, cometido pelo goleiro do América-MG. Segundo o organismo, o árbitro de vídeo não observou o lance completamente. Veja trecho do parecer: "O tiro penal, todavia, se caracterizou porque o goleiro, após fazer o movimento natural para tentar jogar a bola, colocou seu braço direito contra o corpo do atacante, de modo dissociado da primeira ação, exatamente para impedir a progressão de seu oponente.

Com efeito, é de seu dever observar os lances de modo completo e utilizando todos os recursos tecnológicos disponíveis. Todavia, o VAR assim não agiu. Limitou sua análise ao suposto contato entre a perna do goleiro e o pé do atacante. Deveria, portanto, utilizar as imagens disponíveis para se certificar se, além do suposto contato que analisou, um outro fato teria ocorrido, como se verificou, mas que não foi analisado." Outra falha de procedimento foi identificada no Flamengo x Bahia. Isso porque foi apontado que o árbitro de vídeo Elmo Resende não comunicou corretamente ao juiz de campo Vinicius Araújo o que tinha visto no lance. O VAR deve descrever o lance, mas o árbitro de campo é quem decide. "Desse modo, conquanto o erro do árbitro tenha efetivamente ocorrido, a atuação do VAR terminou por lhe dar mais base para a convicção de que teria havido o contato da bola com o braço do defensor e em ação de bloqueio. Essa observação impõe que se aponte a razão de o VAR recomendar a revisão, pois, sem este esclarecimento, o assunto ficaria inconsistente, solto, sem lógica. Assim, o que o VAR pretendia dizer, mas não disse, especialmente com a clareza exigida, era que, a seu ver, o tiro penal não teria ocorrido porque a bola, antes de bater no braço do defensor, tocou em seu peito e isto caracterizaria o toque como sendo de surpresa e, portanto, não infracional. Vê-se, pois, que erraram o árbitro, por questão visual, e o VAR, por comunicação inadequada." A ouvidoria da CBF entende que, sim, há necessidade de ajustes no árbitro de vídeo, mas há a compreensão de que é natural do processo. O VAR tem três anos de implantação no Brasileiro da Série A. Por causa dos erros da reta final, o chefe da comissão de arbitragem, Leonardo Gaciba, foi demitido pela diretoria da CBF. Ele era resistente à divulgação de áudios do VAR, que expuseram erros do mecanismo. Foi substituído por Alício Pena Junior, que era seu vice. Ainda não há definição sobre qual reforma a confederação fará no final do ano na arbitragem nacional, mas há uma reformulação em discussão.


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