Parabéns torcida coral neste
sábado o Ferrão comemora mais um ano de glorias no futebol cearense. Em 9 de
maio de 1933, nascia em nossa capital o Ferroviário Atlético Clube. Portanto,
hoje o “Tubarão” completa 87 anos de vida, Ferroviário esta apaixonante
agremiação, que cresceu, e figura hoje como a maior expressão esportiva de
raízes operárias do Brasil, símbolo da democratização do futebol nacional e
precursor do futebol profissional do Ceará.
São muitas alegrias, conquistas e
percalços, naturais a toda gloriosa história. Inúmeros confrontos inesquecíveis
contra outros grandes times nacionais, internacionais e até contra a Seleção
Brasileira, em amistoso preparatório para os Jogos Olímpicos de 1968. Por falar
em Seleção, pertenceu ao Ferroviário o primeiro cearense a vestir a camisa
amarelinha: Zé de Melo, em 1959. Depois dele, vieram mais: Mirandinha, Jardel e
Adriano, todos formados nas vitoriosas categorias de base do clube.
Time campeão invicto de 1968 |
A galeria coral já contabiliza
mais de 100 conquistas oficiais, entre campeonatos, copas, torneios e taças.
São 9 títulos estaduais (Campeonato Cearense), incluindo um invicto em 1968 e o
bi de 94/95, e 22 vices. No Nordeste, foi também vice em 1971. Com 28
participações no Campeonato Brasileiro, o Ferroviário já esteve por 6 anos
seguidos disputando a Série A. Campeão Brasileiro da Série D em 2018, tornou-se
o primeiro clube da capital cearense a conquistar uma competição de nível
nacional.
COMO TUDO COMEÇOU
No início da década de 1930, a
RVC, antecessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), instalou oficinas de
manutenção de locomotivas, carros e vagões na então distante região do Urubu,
precisamente onde hoje é a sede da Transnordestina, sucessora da Companhia
Ferroviária do Nordeste (CFN), na Avenida Francisco Sá – tal logradouro
corresponde à antiga Estrada do Urubu, importante via de comunicação com a
Barra do Ceará, onde havia um hidroporto. À época, Fortaleza restringia-se
praticamente ao seu centro histórico. Naquela área, ao longo dos anos,
concentrou-se toda uma população humilde, na maioria fugida da seca, fomes e
latifúndios do sertão. Não foi coincidência que, no intuito de servir-se da
mão-de-obra barata, representada por essa população carente, instalaram-se na
zona oeste da capital várias indústrias.
Com uma grande quantidade de
tarefas e serviços para executar, o corpo diretivo da RVC determinou a
realização de horas extras noturnas, das 18h às 20h, nas citadas oficinas do
Urubu, visando assim recuperar mais locomotivas, carros e vagões. Encerrando-se
o expediente normal às 16h25min, decidiram os operários mais jovens, sobretudo
aqueles que moravam longe, aproveitarem o “intervalo forçado” para
divertirem-se, passarem o tempo e jogarem o foot-ball, como chamavam. Cotizaram
o dinheiro para a compra de uma bola e, armados de pás e enxadas, limparam um
terreno vazio dentro das oficinas, tirando matos, arrancando tocos e
nivelando-o. Para completar a construção do campo, confeccionaram traves a partir
de tubos retirados de caldeiras de velhas locomotivas.
Daí em diante, no finalzinho da
tarde, tornou-se sagrado o “racha” entre os operários nas oficinas do Urubu.
Para maior deleite, improvisaram até dois times, Matapasto e Jurubeba, nomes de
ervas, uma homenagem irônica dos proletários aos matos que havia no terreno e
que deram tanto trabalho na preparação do campo. Com o sucesso das “peladas”
veio a feliz ideia de organizar “algo maior”. Em reunião na casa do mecânico
José Roque (o “Gordo”) os boleiros da RVC decidiram unir Matapasto e Jurubeba
para formar um time de fato, capaz de jogar pela periferia nos finais de semana
e até participar de campeonatos suburbanos. Dentro do óbvio, a equipe recebeu o
nome de Ferroviário – apenas Ferroviário, por pouco não sendo chamado também de
“Ferrocarril”, a exemplo de outros clubes sul-americanos oriundos de companhias
férreas. Escolheu-se ainda um uniforme com listas verticais nas cores vermelha,
preta e branca.
As “movimentações esportivas
operárias” não passaram despercebidas a Valdemar Cabral Caracas, então
influente chefe do escritório de manutenção da RVC e igualmente apaixonado por
futebol. Nascido na cidade de Pacoti, interior serrano do Ceará, em 9 de
novembro de 1907, deu vida oficial à ideia e destacou-se, portanto, como o
principal fundador do, hoje, Ferroviário Atlético Clube. Foi também o primeiro
comentarista de futebol do estado, trabalhando na Ceará Rádio Clube, pioneira
da radiofusão cearense, e também se envolveu com a política, sendo eleito vereador
de Fortaleza em 1937, pelo extinto Partido Socialista. Posteriormente, no ano
de 1947, ajudou a fundar o Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Ceará.
Valdemar Caracas faleceu no dia 14 de janeiro de 2013, aos 105 anos de idade.
Programação especial em comemoração aos #87anosdeFerrão
Apesar de tempos de pandemia e
quarentena ainda assim a diretoria coral não se intimidou e organizou uma
programação especial, multiplataforma, para comemorar com cada torcedor em sua
casa os #87AnosDeFerrão neste sábado, 9 de maio.
Na data que marca os 87 anos da
rica história do Tubarão da Barra, a TV Diário irá retransmitir, às 16h30, o
emocionante #ClássicoDasCores de 2017, carinhosamente chamado de #mimiday pela
torcida coral.
Em seguida, às 18h30, o YouTube
do Ferroviário entrará ao vivo com uma SUPER LIVE. Onde contaremos com
convidados especiais, sorteios e muitas outras surpresas que estão sendo
preparadas. Se ainda não é inscrito no nosso canal, vai lá e garanta seu lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário