Famoso pelos seus gols de cabeça,
é ídolo no Grêmio, onde foi campeão e artilheiro da Copa Libertadores da
América de 1995. Teve ainda uma passagem marcante pelo futebol português, onde
jogou por Porto e Sporting, fixando-se como um dos maiores artilheiros mundiais
na sua geração e recebendo o prêmio Chuteira de Ouro da UEFA como maior
artilheiro do futebol europeu em 1999 e 2002.Cearense, Mario Jardel acumula
conquistas no futebol.
O ex-jogador iniciou a carreira no Ferroviário, mas logo
ganhou o mundo e até defendeu a Amarelinha. Torcedor do Grêmio, clube onde
atuou durante 1995 e 1996 e marcou época, Jardel fala sobre Everton Cebolinha coincidentemente
também cearense de Maracanaú e
ídolo das torcida gremista e opina sobre momento
do jogador.
- Eu me orgulho de ter um certo
conterrâneo na Seleção Brasileira, que é o sonho de todo jogador, eu tive essa
oportunidade de chegar lá também, marcar gol, mas foi numa época errada. Época
de Romário e Ronaldo, e eu não conseguia jogar. O Everton teve um momento muito
bom pelo Grêmio, como eu tive, foi campeão da Libertadores - comenta.
- Falo bastante com o empresário
dele, com o Everton, está na hora, na minha opinião, e já falei para o Romildo.
Falei que estava na hora de vender o Luan, porque a bola da vez era o Everton.
Ele não vendeu, desvalorizou. Agora o Everton estourou e está na hora de sair.
Eu acredito que ele vai sair no final do ano. Ele tem força e técnica para ir
para a Europa - conclui.
No Grêmio, o ex-centroavante foi
campeão da Libertadores em 1995, quando acabou como o artilheiro da competição,
com 12 gols. Ainda levantou a taça da Recopa no ano seguinte e o Gauchão nos
dois anos. Do clube gaúcho, Jardel seguiu para o Porto, Galatasaray, até que
chegou ao Sporting em 2001. Na temporada 2001/2002, Jardel marcou 55 gols em 41
jogos pela equipe portuguesa.
A notável passagem do jogador
pela Europa o transformou no Super Mário. Nos tempos de Sporting, Jardel foi um
dos companheiros de time do jovem Cristiano Ronaldo e quase virou cunhado do
jogador.
- Ele não deu uma paquerada, se
minha irmã soubesse que ele ia virar o que virou. Eu ficava fazendo finalização
e acabava junto com ele no treino. Ele ia para a sala de musculação e ficava se
olhando no espelho. Era uma vaidade com responsabilidade de querer vencer na
vida e espero eu, estou com um projeto, de fazer um canal e minha primeira
entrevista vai ser com ele - destaca.
O craque da Juventus, cinco vezes
eleito melhor do mundo pela FIFA, está na lista de lendas de Jardel.
- Cada um tem uma opinião. Cada
geração tem jogadores extraordinários. Na minha época Ronaldo, Romário, eu...
Cristiano tinha 16, 17. Queria Messi e Cristiano Ronaldo no meu time. Cristiano
entrou na história do futebol português e está sempre ali entre os melhores
porque se cuida muito. Para mim ele está no nível de Pelé. Admiro Messi,
Ronaldo Fenômeno, Romário, Kaká, Rivaldo, eu tenho que ter a consciência que
esses entraram para a história - reforça.
A HISTÓRIA
Jogador formado nas escolinhas do
Ferroviário, Jardel destacou-se nos juvenis do clube e, antes de ser
profissional, despertou o interesse do Vasco, que adquiriu o seu passe por
27.500 dólares, em 1993. No clube carioca, conquistou o bicampeonato brasileiro
de juniores.
Na mesma época, participou do
Mundial Sub-21, na Austrália, pela seleção brasileira, sagrando-se campeão. De
volta ao Brasil, assinou o seu primeiro contrato profissional com o Vasco,
embora seguisse atuando junto a forte equipe de juniores formada em São
Januário.
Em 1993, foi o artilheiro da Taça
Belo Horizonte de Juniores, com onze gols, e da Copa São Paulo de Juniores, com
nove gols.
Seu primeiro título como
profissional, ainda atuando como reserva, foi o Campeonato Carioca de 1993. Na
reta final do Campeonato Carioca de 1994, Jardel ganhou finalmente a
titularidade. Carente de atacantes após a morte prematura de Dener Augusto de
Souza, o técnico Jair Pereira apostou no então jovem atacante, que acabou o
torneio com 17 gols, dois deles na final diante do Fluminense.
Conquistando o título e a
artilharia, chamou a atenção do Grêmio, que na época voltava a ser protagonista
no futebol nacional após a conquista da Copa do Brasil no ano anterior. Acabou
emprestado ao clube gaúcho, onde integrou a extensa lista de reforços da equipe
tricolor que disputaria a Libertadores da América em 1995.
O sucesso no Sul do Brasil
No Sul do Brasil, Jardel caiu nas
graças da torcida e do técnico, Felipão, que montou um esquema tático especial
para o atacante. Formando uma dupla de ataque afiada com o veloz Paulo Nunes e
contando com os cruzamentos precisos de Francisco Arce e Roger, Jardel fez
correr o mundo a sua fama de bom cabeceador, na campanha que deu ao Grêmio o
seu segundo continental. Terminou a competição como artilheiro, com doze gols.
No final daquele ano, ainda seria
vice-campeão intercontinental pelo Grêmio, sendo derrotado nos pênaltis pelo
Ajax de Edgar Davids, Clarence Seedorf e Edwin van der Sar. No ano seguinte,
Jardel sagrou-se campeão da Recopa sul-americana ao vencer o Independiente por
4 a 1, marcando o terceiro gol da sua equipe.
Para ficar em definitivo com o
jogador, o Grêmio teria de pagar 1,275 milhão de dólares ao Vasco até 18 de
agosto de 1995, valor considerado alto para a época. A diretoria do clube
conseguiu arrecadar somente 10% deste valor através da campanha "Fica
Jardel".[1]
Após conseguir comprar o jogador
com empréstimo de investidores como Jorge Gerdau Johannpeter,[2] o Grêmio
acertou a sua venda em novembro de 1995 ao Glasgow Rangers, da Escócia, por US$
4,5 milhões.[3] Porém, o jogador não conseguiu passaporte europeu e em
fevereiro de 1996 retornou ao Grêmio.[4]
O artilheiro, ídolo da torcida,
acabou sendo vendido ao Porto por US$ 1,8 milhão[5] (sendo que o Porto pode ter
pago até US$ 6 milhões[6]), deixando o Grêmio em junho de 1996 após marcar três
gols sobre o Juventude na final do Gauchão,[7] sem participar da campanha que
consagrou o Grêmio campeão brasileiro em 1996.
Os gols no velho continente
No Porto, Jardel conheceu alguns
dos maiores êxitos da sua carreira. Foi vencedor da Supertaça Cândido de
Oliveira na temporada 1996/97, tricampeão português em 1996/97, 1997/98,
1998/99 e vencedor da Taça de Portugal em 1997/98 e 1999/2000.
Foi cinco vezes artilheiro do
Campeonato Nacional, em 1996/97 (30 gols), 1997/98 (26 gols), 1998/99 (36 gols)
e 1999/00 (38 gols) e 2001/02. Em torneios internacionais, marcou quinze vezes
em 24 partidas. Essa profusão de gols foi em parte creditada a simbiose
estabelecida junto ao extremo-esquerdo Ljubinko Drulović.
Tantos gols pelo Campeonato
Português acabaram levando Jardel ao posto de principal artilheiro da Europa.
Em decorrência disso, foi campeão da bota de prata em 1997, da bota de ouro em
1999 e da bota de bronze em 2000, além de ter recebido do prêmio de maior
goleador da Europa dado pela revista inglesa World Soccer.
Em 2000/2001, despediu-se do
Porto e rumou ao futebol turco. Marcando cinco gols logo na estreia,
destacou-se pelo Galatasaray, anotando 24 gols em 22 partidas naquela
temporada, levando o clube ao vice-campeonato nacional e ao título da Supertaça
Européia. Por repetitivas lesões e por problemas extra-campo, sua relação com o
clube de Istambul acabou sendo curta. Na temporada seguinte, foi negociado com
o Sporting.
De volta ao país onde havia colhido
tantas glórias, Jardel reencontrou o seu grande futebol. De 2001 a 2003, foi
Campeão Português, vencedor da Taça de Portugal e Campeão da Supertaça. Marcou
42 gols em 30 jogos na temporada 2001/2002, recebendo novamente bota de ouro.
Tanto sucesso fez despertar uma
série de especulações sobre o artilheiro, entre elas, o interesse de grandes
clubes europeus pelo seu futebol.
O declínio
Em 2003 foi vendido ao Bolton,
onde jogou apenas sete partidas, sendo repassado logo em seguida ao Ancona.
Em 2004 tentou se transferir para
o Corinthians, chegando a aceitar uma hipotética redução salarial. Acabou não
sendo contratado, novamente por questões físicas. Acabou sendo emprestado ao
Palmeiras.
A partir daí, uma porção de
clubes ao redor do mundo passou a apostar no jogador tentando trazer de volta
os seus grandes tempos de artilheiro. Primeiro, foi o Newell's Old Boys onde
jogou três partidas. Em 2005, foi para o Deportivo Alavés.
Ainda em 2005, treinou por três
dias no Nancy, da França, antes de ser anunciado como novo reforço do
Ankaraspor, da Turquia. Porém, Jardel atrasou-se para viajar e a equipe turca
não conseguiu inscrevê-lo a tempo de disputar o campeonato nacional. Acabou
dispensado logo em seguida, sem sequer entrar em Campo.
Depois de passar por Goiás em
2006 voltou ao futebol português, ao serviço do Beira-Mar.
O ressurgimento no Criciúma
Em 2008, aos 35 anos, firmou um
contrato de cinco meses com o Criciúma. Estreou no dia 5 de agosto de 2008 em
pleno Estádio Heriberto Hülse em Criciúma e, aos 23 minutos do segundo tempo,
marcou o segundo gol do time na vitória de 3x2.
No final da carreira, teve ainda
breves passagens por Ferroviário, Flamengo (PI), Cherno More, da Bulgária, Rio
Negro e Al-Taawon, da Arábia Saudita.
No dia 12 de dezembro de 2009
participou de um jogo de despedida do, agora, ex-goleiro Danrlei. Jardel fez
parte do time Grêmio de 1995, que enfrentou os Amigos de Danrlei. A partida
terminou 4 a 3 pro time de 1995, com Jardel marcando 2 gols.[9] Antes do jogo
comemorativo, Jardel deu entrevista afirmando que ainda pretende encerrar a
carreira no Grêmio.[10]
Jardel aposentou-se em 2011.
Atualmente, vive em Porto Alegre, onde exerceu mandato como deputado estadual,
mandato este cassado em 2016 por falta de decoro parlamentar e fraude em
diárias da câmara.
Títulos
Vasco
Campeonato Carioca: 1992, 1993,
1994
Torneio João Havelange: 1993
Grêmio
Campeonato Gaúcho: 1995, 1996
Copa Sanwa Bank: 1995
Recopa Sul-Americana: 1996
Copa Libertadores da América:
1995
Porto
Campeonato português:
1996–97,1997–98, 1998–99
Taça de Portugal: 1997–98,
1999–00
Supertaça de Portugal: 1996–97,
1997–98, 1998–99
Galatasaray
Copa da Turquia: 2000
Supercopa Européia: 2000
Sporting de Portugal
Campeonato Português: 2001–02
Taça de Portugal: 2001–02
Goiás
Campeonato Goiano: 2006
Anorthosis Famagusta
Copa de Chipre: 2007
Supercopa de Chipre: 2007
Prêmios
IFFHS - Maior goleador do Mundo:
1999 e 2002
Chuteira de Ouro da UEFA - Maior
goleador da Europa: 1999, 2002
Chuteira de Prata da UEFA: 1997
Chuteira de Bronze da UEFA: 2000
Bola de Ouro de Portugal:
1996–97, 1997–98
Melhor jogador do Campeonato
Português: 1996–97, 1998–99, 2001–02
Artilharias
Torneio João Havelange: 1993
Copa Libertadores: 1995
Campeonato Português: 1996–97,
1997–98, 1998–99, 1999–00 e 2001–02
Copa de Portugal: 1997–98,
1999–00 e 2001–02