O conglomerado norte-americano Turner estuda romper os
contratos de transmissão com oito clubes do futebol brasileiro, incluindo Ceará
e Fortaleza. Os demais representantes do acordo são Athletico-PR, Bahia,
Coritiba, Internacional, Palmeiras, Santos.
O vínculo é até 2024 para exibição dos jogos em TV fechada
da Série A do Brasileiro.
Uma carta da empresa foi enviada aos times na última
sexta-feira (3) para tratar de uma renegociação. O mesmo havia ocorrido em
novembro de 2019.
Caso os clubes permanecessem na Série A até com o contrato
da Turner, a expectativa era que o futebol cearense recebesse R$ 160 milhões.
Só no ano passado, Vovô arrecadou cerca de R$ 23 milhões, enquanto o Fortaleza
arrecadou R$ 9 milhões (valor que era alvo de protestos do clube).
Em contato com o jornal o Estado de São Paulo, o
presidente tricolor, Marcelo Paz, reforçou que o documento é sigiloso.
"Posso falar de tudo, menos desse assunto. Peço desculpas". Já o
mandatário alvinegro, Robinson de Castro, afirmou que os times avaliam o
cenário financeiro. "A situação é bastante obscura nesse momento. Os
clubes estão avaliando o que tudo isso significa. Mas não podemos entrar em
detalhes. O documento da Turner é sigiloso. Tudo vai depender da vontade das partes",
afirmou.
Na carta, a Turner aponta para uma série de regras
contratuais que os clubes estariam supostamente quebrando, principalmente no
que diz respeito às transmissões dos jogos na TV aberta - os clubes assinaram
com a empresa de Ted Turner para mostrar as partidas na TV fechada (Esporte
Interativo, TNT e Space) e com a Globo para a TV aberta.
Com jogos liberados para as praças, TVs abertas e
fechadas, com horários mudados em função desses acordos, a Turner não estaria
mais contente com os números de audiência e faturamento. A empresa acredita que
os clubes não honraram os compromissos, segundo publicação do jornal o Estado
de São Paulo.
PRÓXIMOS PASSOS
Os times parceiros da Turner vão se reunir para levar uma
posição única para a empresa, apesar de muitos negociarem individualmente os
contratos. A empresa paga 50% do valor combinado na abertura da disputa, 25%
dependendo da audiência e outros 25% de acordo com o desempenho em campo. A
avaliação é feita pela classificação final da competição.
A discussão entre clubes e Turner ocorre num momento
delicado do futebol brasileiro, em que todas equipes estão em alerta por causa
da paralisação dos torneios. Se a empresa sair, os clubes deverão repassar os
direitos à Rede Globo. O Brasileirão estava marcado para começar no primeiro
fim de semana de maio, dias 2 e 3. Essa data será adiada em função do
coronavírus. Até lá, as decisões serão encaminhadas.
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