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Olimpíadas Rio 2016 - Já é Historia

A candidatura da cidade do Rio de Janeiro a sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Verão de 2016 foi oficializada em 7 de setembro de 2007 com o envio de cartas de intenção ao Comitê Olímpico Internacional, após escolha interna que levou em conta a existência de instalações esportivas de alto nível na cidade, em virtude da realização dos Jogos Pan-americanos de 2007. Além do Rio, seis cidades de três continentes se candidataram.

O projeto previa a realização dos Jogos em quatro regiões da cidade, interligadas por redes de transporte público e autoestradas. O forte apoio político e popular e a garantia de que haveria recursos para a realização das obras foram pontos fortes do projeto.

Em junho de 2008 o Rio de Janeiro foi anunciado oficialmente como cidade candidata a sede dos Jogos, ao lado de Chicago, Tóquio e Madrid. Foi a primeira vez que passou da primeira fase do processo do COI, após duas eliminações.

A fase da candidatura contou com um relatório mais detalhado e a visita da Comissão Avaliadora à cidade, ocorrida em abril de 2009. O Comitê de Candidatura também viajou pelo mundo divulgando o projeto, recebendo elogios e apoio. Apesar disso, polêmicas envolvendo acusações de espionagem e difamação atribularam o processo, que foi considerado bastante disputado.

A sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 foi conhecida em 2 de outubro, em Copenhague, na Dinamarca, após votação realizada pelos membros do Comitê Olímpico Internacional. O Rio de Janeiro derrotou por 66 votos a 32 a cidade de Madrid e ganhou o direito de sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. A candidatura brasileira venceu Madri na última rodada da reunião por 66 votos a 32, nesta sexta-feira, sendo que Tóquio e a então favorita Chicago caíram nas rodadas anteriores. E foi muito festejada tanto pelos responsáveis quanto pelos torcedores, principalmente na praia de Copacabana, onde foi concentrada a espera pelo resultado.

Para sediar os Jogos Olímpicos, o Rio defendeu a tese de que deveria ser escolhida pelo ineditismo do local e pelo positivo momento econômico. “Hoje o Brasil saiu do patamar de país de segunda classe e entrou no patamar de país de primeira classe… “O Brasil provou ao mundo que nós conquistamos cidadania internacional absoluta”… “Acho que o Brasil merece. Aqueles que pensam que o Brasil não tem condições vão se surpreender. Os mesmos que pensavam que nós não tínhamos condições de governar esse país vão se surpreender com a capacidade do país de fazer uma Olimpíada. Os Jogos Olímpicos no Rio serão inesquecíveis, pois estarão cheios da magia e da paixão do povo brasileiro", discursou o presidente Lula, na apresentação.

O Rio de Janeiro foi a primeira cidade da América do Sul a receber uma edição olímpica, ao passo que o Brasil será o quarto país a sediar Copa do Mundo de Futebol e Jogos Olímpicos em um espaço de dois anos, depois de México, Alemanha e Estados Unidos.

O custo do projeto Rio 2016 foi calculado em 42 milhões de dólares, sendo sete milhões para a fase de postulação e 35 para a fase de candidatura. O dinheiro viria das três esferas de governo, do Comitê Olímpico Brasileiro e de patrocinadores. Em relação ao financiamento dos Jogos, parcerias público-privadas seriam usadas na construção da Vila Olímpica e dos centros de imprensa. A Copa do Mundo FIFA de 2014 e o Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal também foram citados como fatores que gerariam desenvolvimento para a cidade.

O relatório estimou que o custo da realização dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 no Rio de Janeiro (excluindo gastos públicos) seria de 750 milhões de dólares, sendo 290 gerados com a venda de ingressos e o restante advindo do setor privado. Receitas adicionais deveriam provir da Lei Agnelo/Piva, da circulação de moedas especiais e do Plano Conjunto de Marketing, parceria do Comitê Organizador e do Comitê Olímpico Internacional.

Foram seis anos e meio de preparo para sediar, durante 15 dias, o maior evento esportivo mundial. O Rio enfrentou inúmeros os desafios para receber a Olimpíada. Os principais eram as áreas de infraestrutura, mobilidade urbana, segurança pública e qualidade das águas e saúde pública. Havia ainda o compromisso de garantir a festa do público também fora das arenas esportivas. Terminada a Olimpíada, qual o balanço? Altos e baixos da Rio 2016.

Em outubro de 2009, o Brasil vibrou com o anúncio do Comitê Olímpico Internacional (COI) de que o Rio seria a sede dos Jogos Olímpicos de 2016. De lá para cá, enquanto se preparava para receber o evento, o país enfrentou sucessivas crises – econômicas e políticas –, que chegaram ao auge no ano da Olimpíada. Mesmo com o sucesso da Copa do Mundo em 2014, compartilhada entre várias cidades, pairava a dúvida sobre a Rio 2016: vai dar certo?

Foram cerca de R$ 25 bilhões em investimentos nas áreas de infraestrutura e mobilidade. Às vésperas do evento, o atraso na entrega de algumas obras, o fracasso da meta de despoluição de 80% da Baía de Guanabara – local de competições esportivas –, a epidemia de zika e os frequentes episódios de violência na cidade despertaram críticas crescentes na imprensa internacional. No ambiente interno, a opinião pública questionava os investimentos e colocava em dúvida o sucesso do evento. 



A três meses do início dos Jogos, nem tudo estava pronto. A queda de um trecho da recém-inaugurada ciclovia de São Conrado, obra paralela às de mobilidade, colocou em xeque a segurança da infraestrutura olímpica. O principal legado na área de transporte, a Linha 4 do metrô, esperada há mais de 30 anos, gerava apreensão por causa do atraso para a conclusão da obra. Quando faltava apenas um mês para a abertura da Olimpíada, o governo do Rio decretou estado de calamidade pública – faltava dinheiro em caixa, principalmente para garantir a segurança na cidade durante o evento. 

O mundo elogiou, e o Brasil ficou orgulhoso, quando os Jogos foram declarados abertos, no dia 5 de agosto. Mas nem os desafios foram vencidos completamente.

Todas as obras de infraestrutura esportiva foram entregues a tempo da realização dos Jogos. Estavam incluídas a revitalização temporária do entorno do Engenhão, o Parque Olímpico, o Complexo Esportivo de Deodoro, a Arena do Futuro, o Estádio Aquático, o Centro Internacional de Transmissão, a Vila Olímpica e o Campo de Golfe.

Revitalização da Zona Portuária 

Iniciada no fim de 2013, com a implosão do Elevado da Perimetral, a revitalização da Zona Portuária garantiu ao Rio uma orla repaginada na região. A instalação do Boulevard Olímpico atraiu uma média de público estimada em mais de 80 mil pessoas por dia. O público misturou crianças e idosos, cariocas e turistas, brasileiros e estrangeiros.

As obras de infraestrutura de mobilidade urbana estão na lista dos principais legados da Olimpíada. Ampliação de vias, como a do Elevado do Joá, criação de corredores exclusivos para ônibus, novo sistema de transporte de massa e ampliação do sistema metroviário estão entre os principais benefícios para a cidade no setor.

PONTOS ALTOS: 
Inauguração da Linha 4 do Metrô 

Depois de quase 30 anos de espera, o carioca viu sair do papel a ligação entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, por metrô. A Linha 4 foi inaugurada às vésperas dos Jogos, com atendimento exclusivo ao público que se dirigia ao Parque Olímpico. Mesmo sem testes prévios com passageiros, a Linha 4 operou prontamente, sem intercorrências, e garantiu acesso fácil ao BRT Transolímpico, corredor exclusivo de ônibus para transporte até o Parque Olímpico. 

 Construção do VLT 

Inaugurado pouco mais de um mês antes da Olimpíada como uma opção de sistema moderno de transporte para o Centro do Rio, o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) liga o Aeroporto Santos Dumont à Rodoviária, passando pela Zona Portuária. O serviço transportou passageiros gratuitamente na fase de testes e, apesar de alguns incidentes, foi elogiado pelos usuários. 

Transporte público atendendo ao público olímpico 

O sistema de ônibus, metrô e BRT garantiu o atendimento ao público das áreas de competições. Uma das poucas críticas foi o fechamento da Linha 4 do metrô e da Linha 2 antes da saída de todo o público do Parque Olímpico. O problema foi parcialmente solucionado com a implantação do serviço especial do BRT entre a Barra e a Zona Sul após o fim do horário de operação do metrô. 

Apoio da população 

A prefeitura do Rio fez reiterados apelos para que a população priorizasse o transporte público durante a Olimpíada. O apoio foi apontado pelo governo municipal como fator que contribuiu para a mobilidade durante o evento. Embora congestionamentos façam parte da rotina da cidade, não foram verificados engarrafamentos atípicos durante os Jogos. 



PONTOS BAIXOS: 

 Congestionamento causado pelas faixas olímpicas 

Às vésperas do início dos Jogos, entraram em operação as faixas olímpicas em vias importantes da cidade. Destinadas ao tráfego da chamada “família olímpica”, elas restringiram a circulação de veículos. O resultado foi cerca de 120 km de congestionamento no primeiro dia de operação – e o trânsito ruim continuou em várias regiões do Rio. As faixas olímpicas ainda foram alvo de disputa jurídica: a prefeitura queria multar em R$ 1,5 mil quem circulasse por elas. A Justiça barrou a aplicação das multas, consideradas inconstitucionais. O caso chegou até ao Supremo Tribunal Federal, que manteve decisão do juiz. 


Comércio citou prejuízo devido à ampliação de feriados 

Por causa da Olimpíada, a Prefeitura do Rio havia decretado três dias de feriados na cidade. Às vésperas da abertura dos Jogos, o prefeito decidiu decretar um quarto feriado. Ele justificou a medida citando o congestionamento que a passagem da tocha olímpica provocou em uma segunda-feira de dia útil. Os feriados foram motivos de reclamação de comerciantes, que citaram prejuízos. 



SEGURANÇA

A Olimpíada do Rio demandou o maior esquema de segurança para megaeventos já realizado no país, de acordo com o ministério da Defesa. O reforço no setor incluiu um aporte emergencial do governo federal de R$ 2,9 milhões. Foram mobilizados mais de 80 mil agentes de segurança, incluindo as polícias Militar, Civil e Federal, além da Força Nacional e das tropas das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica).

PONTOS ALTOS 

Nenhuma ameaça real de terrorismo 

A 15 dias do início da Olimpíada, a Polícia Federal deflagrou uma operação em nível nacional batizada de Hashtag, na qual foram presas 12 pessoas suspeitas de algum tipo de ligação com o grupo extremista Estado Islâmico. Mas, num ano em que atentados terroristas deixaram vítimas em pelo menos 17 países, o Brasil seguiu imune durante os Jogos. Alguns alertas de supostas bombas chegaram a mobilizar equipes especializadas. Na Arena Carioca 1, por exemplo, um pacote suspeito chegou a ser detonado, atrasando a entrada do público para o jogo de basquete entre Nigéria e Espanha. Mas nenhuma ameaça real foi identificada durante todo o evento. 


Esclarecimento do caso Ryan Lochte 

O maior escândalo envolvendo a segurança pública do Rio foi a farsa protagonizada por um astro da natação dos Estados Unidos. Ryan Lochte declarou ter sido assaltado ao lado de outros três companheiros de equipe quando eles voltavam à Vila Olímpica vindos de uma festa na Lagoa. Na versão inicial de Lochte, os criminosos eram homens com distintivos que apontaram uma arma para a cabeça do nadador. A Polícia Civil concluiu na investigação que tudo não passou de uma farsa. Os nadadores, na verdade, se envolveram uma confusão num posto de combustíveis. Lochte acabou pedindo desculpas, dizendo que não foi cuidadoso nem sincero. Ao Jornal Nacional, reconheceu ter sido imaturo e impreciso. Pediu desculpas ao povo brasileiro e disse que o país não merecia. A polícia indiciou Lochte e Feigen por falsa comunicação de crime. Feigen pagou multa de R$ 35 mil. 


Protestos liberados 

Em meio à crise política pela qual passa o Brasil, o Comitê Rio 2016 proibiu qualquer tipo de protesto nas arenas olímpicas. Por causa de uma lei sancionada pela presidente afastada, Dilma Rousseff, pessoas que portavam cartazes de protesto e com a inscrição "Fora, Temer" foram retiradas das arenas pelas forças de segurança. Mas, no dia 8 de agosto, uma liminar da Justiça Federal vetou a proibição de protestos nas arenas e estabeleceu multa para o Estado do Rio, a União e o Comitê Olímpico caso a medida fosse descumprida. Os protestos foram, então, liberados. 

PONTOS BAIXOS: 

Morte de agente da Força Nacional 

O caso de violência mais grave foi cometido justamente contra agentes de segurança. Um veículo da Força Nacional foi metralhado ao entrar, por engano, na Vila do João, uma das comunidades que compõe o Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio. Três agentes ocupavam o carro. Um morreu baleado na cabeça e outro ficou ferido sem gravidade. O terceiro escapou ileso. 


Assédio sexual contra mulheres 

Atletas de quatro delegações são investigados por estupro, agressão ou assédio sexual contra camareiras na Vila Olímpica. Dois deles chegaram a ser presos por estupro. No dia 5 de agosto, o pugilista marroquino Hassan Sada foi preso por suspeita de estuprar duas camareiras. O atleta negou ter cometido o crime. A polícia informou que ele atacou as duas, apalpando uma das vítimas e apertando os seios da outra. Sada deixou o presídio de Bangu após conseguir habeas corpus no dia 12, mas teve de entregar o passaporte e não poderá deixar o Brasil sem autorização judicial. 


O pugilista da Namíbia Jonas Junias Jonas também foi preso por suspeita de estuprar uma camareira, que ele teria tentado agarrar e beijar. Na denúncia, ela citou que o pugilista ofereceu dinheiro em troca de sexo. Jonas deixou Bangu no dia 11 após conseguir alvará de soltura. 

Antes do início da Olimpíada, o segurança Genival Ferreira Mendes, funcionário da empresa Gocil, que prestou serviços ao Comitê Rio 2016, foi autuado em flagrante no dia 31 de julho por estupro de vulnerável. De acordo com a polícia, a vítima dormia no alojamento do velódromo, no Parque Olímpico, quando ocorreu o ataque. 


Ataque a ônibus com jornalistas estrangeiros 

Um ônibus que transportava jornalistas estrangeiros teve os vidros quebrados em um ataque no trajeto entre o Complexo Esportivo de Deodoro e o Parque Olímpico. A suspeita inicial foi de que o veículo tivesse sido alvo de tiros. A polícia afirmou, no entanto, que o estrago foi provocado na verdade por pedradas. Ninguém ficou ferido. De acordo com o Comitê Rio 2016, os tiros ouvidos no momento do ataque partiram de um local de treinamento na mesma região do incidente. 


Tiros no Centro Olímpico de hipismo 

Um projétil atingiu a sala de imprensa do Centro Olímpico de Hipismo, na região de Deodoro, enquanto as primeiras provas de hipismo CCE eram disputadas na arena principal. O artefato, de origem não identificada, furou a lona que cerca o local e caiu no chão, sem deixar feridos. 

 Ocorrências policiais envolvendo estrangeiros 

Embora o Instituto de Segurança Pública ainda não tenha divulgado balanço das ocorrências policiais registradas durante a Olimpíada, alguns casos de roubos e furtos com vítimas estrangeiras se tornaram públicos. Um dos que teve maior repercussão ocorreu um mês antes do início dos Jogos, quando dois contêineres com equipamentos de uma emissora de TV alemã foram roubados no trajeto para o Parque Olímpico. Os equipamentos foram recuperados pouco depois. 

Também antes do início da Olimpíada, três chineses que diziam estar no país para assistir aos Jogos afirmaram que criminosos lhes roubaram R$ 40 mil. Um lutador de jiu-jitsu da Nova Zelândia disse que teve de pagar R$ 2 mil a PMs que o sequestraram. Já o jornal australiano "Sidney Morning" informou que uma equipe de reportagem sofreu uma tentativa de assalto por um travesti. Já durante os Jogos, a polícia ainda abriu inquérito para investigar um suposto roubo a um atleta britânico e um nadador australiano contou ter sido abordado por um homem e obrigado a sacar R$ 1 mil. 


ÁGUA E SAÚDE PÚBLICA

A qualidade das águas na Baía de Guanabara e na Lagoa Rodrigo de Freitas era um dos grandes desafios do Rio, já que estes locais serviriam de palco para competições. A polêmica em torno disso começou a ganhar força um ano antes do início dos Jogos, quando a agência de notícias AP citou uma análise cuja conclusão dizia que os atletas poderiam contrair doenças nas "águas olímpicas". Não bastasse a poluição ambiental, outra questão de saúde virou foco de controvérsia internacional: a ameaça do vírus da zika, que provocou uma epidemia no país.

PONTOS ALTOS: 

Ausência de lixo flutuante durante as provas 

Terminadas as competições na Baía de Guanabara e na Lagoa Rodrigo de Freitas, autoridades classificaram como um "sucesso" as ações paliativas para conter o lixo flutuante nas águas. O velejador Marcelo Ferreira, medalhista em Atlanta e Atenas, disse que a baía teve "água de Caribe". Já a dupla brasileira Samuel Albreht e Isabel Swan afirmou ter sido prejudicada pelo lixo, e uma velejadora belga passou mal após competir. A Secretaria Estadual do Ambiente declarou que esses casos foram pontuais. 


Atletas se jogando nas águas 

Um indicativo de que a poluição aparente não prejudicou as provas ou intimidou os atletas foram as constantes comemorações dentro da água após as provas. Competidores se atiraram nas águas tanto da Baía de Guanabara quanto na Lagoa Rodrigo de Freitas para festejar os resultados. 

 Ameaça de zika não se confirmou 

A ameaça de contaminação pelo vírus da zika gerou intensos alertas entre as delegações internacionais. Um dos produtos mais procurados no mercado da Vila Olímpica foi justamente o repelente contra insetos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há certeza quanto ao período de incubação do vírus – que vai do contágio ao surgimento dos primeiros sintomas –, mas há evidência de que são apenas alguns dias. Após mais de 15 dias de competições, não houve relatos de atletas com suspeita da doença. 

PONTO BAIXO: 

Não cumprimento da meta de despoluição da Baía de Guanabara 

Quando o Rio foi declarado sede dos Jogos Olímpicos, uma das principais promessas era a despoluição de 80% da Baía de Guanabara. Entretanto, o local continua sendo o destino de grande parte do esgoto da cidade. Terminada a Olimpíada, o secretário estadual do Ambiente reafirmou que a meta era superestimada e sugeriu que serão necessários, pelo menos, mais 20 anos de investimentos nas ações para despoluir o local. 

FESTA OLÍMPICA

O réveillon de Copacabana e o Desfile das Escolas de Samba do Carnaval são duas provas incontestáveis da vocação do Rio para promover grandes espetáculos. Na Olimpíada, o desafio foi aplicar essa experiência ao principal evento esportivo do mundo.

PONTOS ALTOS: 

Boulevard Olímpico e Copacabana 

A Zona Portuária foi um dos principais palcos da festa olímpica. Com intensa programação cultural, incluindo shows, a região atraiu média de público estimada em 80 mil pessoas por dia. Lá foi instalado um dos três Boulevard Olímpicos da cidade – os outros dois foram montados em Campo Grande, na Zona Oeste, e em Madureira, na Zona Norte. A prefeitura chegou a alterar a mão de circulação das pessoas no Boulevard do Porto, tamanho o fluxo. Em Copacabana, os turistas também fizeram festa na orla, que se manteve cheia durante toda a Olimpíada. 

Casas temáticas dos países 

Quem foi ao Rio durante a Olimpíada pode viajar pelo mundo – ao menos de modo virtual. Foram instaladas na cidade as Casas dos Países, chamadas de hospitality houses. Com espaços montados em pontos estratégicos da cidade, diferentes nações ofereceram aos cariocas e turistas festas e atividades com o que há de melhor em sua cultura, gastronomia e esporte. Ao todo, foram 52 casas, sendo 25 abertas ao público. 
PONTO BAIXO: 
Filas e falha no estoque de comida/bebidas 
Faltou organização e planejamento para atender a demanda do público por comidas e bebidas no Parque Olímpico, o principal palco da Olimpíada. Nos primeiros dias, houve reclamações até de falta de água para comprar. Food trucks foram convocados para aumentar a oferta de alimentos no local. Outro grande problema enfrentado pelo público nas arenas olímpicas foram as extensas filas de acesso – a maioria provocada pelas ações de segurança e controle do público. 

Brasil na Rio 2016
13º colocado 19 medalhas
7 bronze
6 Prata
6 Ouro
Nossos medalhistas

Os brasileiros Erlon de Souza Silva e Isaquias Queiroz dos Santos ganham a prata na canoa dupla C2 1000m na Lagoa Rodrigo de Freitas Foto: Joao Laet / Agência O GloboIsaquias Queiroz, canoagem de velocidade 

O baiano de 22 anos era uma das grandes promessas de medalha pra o Brasil e não decepcionou. Ele foi o primeiro atleta brasileiro a ganhar três medalhas em uma só Olimpíada. Conquistou a prata na prova de 1.000 metros de canoagem individual, o bronze nos 200m e mais uma prata nas prova dos 1.000m de duplas. 


O saltador brasileiro superou o recordista mundial Renaud Lavillene Foto: Alexandre Cassiano / O Globo/NOPPThiago Braz, atletismo 

Ouro no salto com vara aos 22 anos, Thiago Braz venceu na final o francês Renaud Lavillenie, campeão olímpico em Londres e recordista mundial, e conquistou o lugar mais alto do pódio. De quebra, o jovem, de Marília, no interior de São Paulo, ainda estabeleceu novo recorde olímpico: 6,03 metros. 


Rafael Silva, medalha de bronze no judô na categoria peso pesado (acima de 100kg) Foto: Marcelo Theobald / Agência O GloboRafael Silva, judô 

Mais conhecido pelo apelido de Baby, Rafael Silva quase não disputa os Jogos do Rio por conta de uma lesão, mas não só coneguiu competir como repetiu seu desempenho em Londres 2012: bronze na categoria peso-pesado. 


Robson Conceicao posa com a medalha de ouro Foto: PETER CZIBORRA / REUTERSRobson Conceição, boxe 

Aos 27 anos, Robson Conceição, natural de Salvador, conquistou a inédita medalha de ouro para o Brasil na categoria leve (até 60 kg). A história de Robson com o boxe começou aos 13 anos. 


Bruno e Alison comemoram o ouro com o público que foi assistir à partida em Copacabana Foto: MURAD SEZER / REUTERSAlison e Bruno, vôlei de praia 

A dupla brasileira Alison e Bruno Schmidt, atual campeã mundial de vôlei de praia, bateu os italianos Nicolai e Lupo por 2 sets a 0 e garantiu a quinta medalha de ouro da Rio 2016 para o Brasil. 



A carioca Rafaela Silva, com a primeira medalha de ouro na Olimpíada do Rio Foto: Marcelo Theobald / Agência O GloboRafaela Silva, judô 

O primeiro ouro do Brasil na Olimpíada 2016 é a cara do país: negra, pobre e silva. Rafaela Silva, 24 anos, da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, campeã olímpica no judô, na categoria peso leve. 



Brasileira Mayra Aguiar, bronze no judô Foto: Agência O GloboMayra Aguiar, judô 

Aos 25 anos, Mayra Aguiar conquistou seu segundo bronze olímpico na categoria meio-pesado: o primeiro foi em Londres 2012. O segundo, na Rio 2016, terceira olimpíada de que a atleta participou. 


Medalhista de prata Arthur Zanetti Foto: MIKE BLAKE / REUTERSArthur Zanetti, ginástica artística 

Quatro anos após se tornar o primeiro campeão olímpico do Brasil em Londres na ginástica artística, Arthur Zanetti conquistou a prata, também nas argolas, novamente fazendo história. É o primeiro ginasta brasileiro a conquistar duas medalhas olímpicas. 


A brasileira Poliana Okimoto, bronze na maratona aquática Foto: Daniel Marenco / Agencia O Globo / Agência O GloboPoliana Okimoto, maratona aquática 

A paulistana Poliana Okimoto, 33 anos, chegou em quarto na maratona aquática feminina, mas ficou com o bronze após a desclassificação de uma atleta da França, penalizada por atrapalhar a chegada da rival italiana. A nadadora compete pela seleção brasileira desde os 13 anos. Foi sua terceira olimpíada. 


Resultado de imagem para Arthur Nory e Diego HypolitoArthur Nory e Diego Hypolito, ginástica artística 

Pela primeira vez, dois atletas da ginástica do Brasil subiram no pódio ao mesmo tempo: Diego Hypolito, para receber a prata, e Arthur Mariano Nory, para levar o bronze na ginástica de solo masculina. As medalhas coroam histórias distintas: a de superação e autocontrole de Hypolito e a de insistência e performance surpreendente de Nory. 

Felipe Wu celebra a conquista da prata. Atleta do tiro esportivo foi o primeiro brasileiro a subir ao pódio nos jogos do Rio Foto: ReproduçãoFelipe Wu, tiro esportivo 

Aos 24 anos, o discreto Felipe Wu garantiu a primeira medalha do Brasil na Olimpíada 2016: prata no tiro esportivo, na modalidade pistola de ar 10 m. 


Martine Grael e Kahena Kunze levaram o ouro na vela, na categoria 49ers FX Feminino Foto: WILLIAM WEST / AFPMartine Grael e Kahena Kunze, vela 

Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram a quarta medalha dourada dos Jogos Olímpicos do Rio. A dupla venceu a regata decisiva da classe 49er FX com um desempenho brilhante do começo ao fim e as duas saíram da Baía de Guanabara carregadas pelos torcedores. 

Agatha e Barbara levam a prata na final do vôlei de praia na arena Copacabana Foto: Pedro Kirilos / Agência O GloboÁgatha e Bárbara, vôlei de praia 

Estreantes em jogos olímpicos, Ágatha e Bárbara estavam longe de serem favoritas, conquistaram a medalha de prata no vôlei de praia feminino. Promessa de mais medalhas em jogos futuros. 


Jogadores da seleção brasileira no pódio: campeões olímpicos no futebol Foto: BRUNO KELLY / REUTERS

Seleção masculina de futebol 

O futebol brasileiro superou a desconfiança que pairava sobre o time no começo da Olimpíada, cresceu ao longo da competição e, em uma final suada contra a Alemanha, garantiu o ouro inédito nos pênatils. 


Maicon Siqueira comemora após conquistar a medalha de bronze Foto: PETER CZIBORRA / REUTERSMaicon de Andrade Siqueira, taekwondo 

Uma das medalhas mais inesperadas do Brasil nos Jogos Olímpicos, veio de Maicon Andrade. Aos 23 anos e sem sequer estar no ranking dos 10 melhores de sua modalidade, garantiu o bronze inédito. 


Resultado de imagem para Seleção masculina de vôleiSeleção masculina de vôlei 

Incontestavelmente uma das melhores equipes do mundo, a seleção de vôlei masculina não ficava com o ouro olímpico desde Atenas 2004. A tão almejada medalha veio este ano. A competição não começou bem para a seleção que amargou resultados ruins nas primeiras partidas. Na semifinal e na final, contudo, atropelou Rússia e Itália, seus adversários, para ficar com o ouro.


Fonte: Wilkipédia/El País
CRÉDITOS:
Infografia: Leo Aragão 
Design: Juliane Monteiro, Karina Almeida e Roberta Jaworski 
Desenvolvimento: Fábio Rosa e Rogério Banquieri 
Reportagem: Daniel Silveira 
Conteúdo: Mirelle de França, José Raphael Berrêdo e Cauê Muraro (edição)

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